Tigres mata o sonho do Mundial
Os primeiros 15 minutos em Doha foram preocupantes para o Palmeiras.
Até passar o frio na barriga da estréia.
Um sustaço aos 3', quando Weverton fez milagre em cabeçada de González e anunciou dificuldades que, depois, foram desaparecendo.
Nervos no lugar, os brasileiros começaram a se impor e Rony também fez o goleiro Guzman se virar, aos 18'.
Mas, aos 33', Gignac proporcionou outra senhora defesa a Weverton, disposto a repetir as atuações de Rogério Ceni, Clemer e Cássio nos Mundiais vencidos por brasileiros neste formato.
Outra cabeçada de Gignac, colocada, exigiu de Weverton de novo, aos 36', e outra vez o jogo mudava, com predomínio mexicano.
Ao terminar o primeiro tempo a sensação já não era boa, porque, de fato, os campeões norte-americanos jogaram melhor que os sul-americanos.
Aquele time que ganhou a duras penas dos sul-coreanos do Ulsan, definitivamente, não estava em campo, como era de se prever.
Na batata, o 0 a 0 estava de bom tamanho e o Palmeiras voltava a não jogar bem.
E os mexicanos voltaram melhores para o segundo tempo e logo se aproveitaram de pênalti cometido ingenuamente por Luan que Gignac converteu com perícia, aos 53'.
O pior é que estava justo.
Patrick de Paula, Willian e Felipe Melo entraram nos lugares de Danilo, Zé Rafael e Gabriel Menino.
Mas os norte-americanos seguiram muito mais perigosos.
Tinha um time em campo e vestia amarelo. Não chegava a ser como o River Plate no segundo jogo, mas era quase.
Mayke e Scarpa nos lugares de Marcos Rocha e Raphael Veiga e um lance de Willian, o único, quase deu o gol a Luiz Adriano e o gol contra ao zagueiro mexicano, aos 77'.
Pela segunda vez, a primeira foi em 1999, contra o Manchester United, o Palmeiras deixava escapar a chance de ser campeão mundial.
Então, foi mais doido porque os alviverdes foram melhores. Hoje não.
E todas aquelas análises sobre a lentidão do time mexicano, sobre a superioridade brasileira, você esquece porque feitas num jogo contra o Ulsan que era o da vergonha.
Mas ninguém aprende.
O "time velho" do Tigres fez sua primeira troca aos 85'…
Salvaram-se Weverton e Willian.
Nem mesmo Abel Ferreira foi bem, porque, recorrer a Felipe Melo é sinal de desespero. Menos mal que ele não tenha dado um pontapé em Gignac.
No desespero, o Palmeiras ainda pressionou no fim, mas sem levar grande perigo, só expectativa, a não ser um arremate de Viña que tirou tinta da trave
Os mexicanos chegam pela primeira vez à final do Mundial.
Com méritos inegáveis.
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