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Blog do Juca Kfouri

Tigres mata o sonho do Mundial

Juca Kfouri

07/02/2021 16h54

Os primeiros 15 minutos em Doha foram preocupantes para o Palmeiras.

Até passar o frio na barriga da estréia.

Um sustaço aos 3', quando Weverton fez milagre em cabeçada de González e anunciou dificuldades que, depois, foram desaparecendo.

Nervos no lugar, os brasileiros começaram a se impor e Rony também fez o goleiro Guzman se virar, aos 18'.

Mas, aos 33', Gignac proporcionou outra senhora defesa a Weverton, disposto a repetir as atuações de Rogério Ceni, Clemer e Cássio nos Mundiais vencidos por brasileiros neste formato.

Outra cabeçada de Gignac, colocada, exigiu de Weverton de novo, aos 36', e outra vez o jogo mudava, com predomínio mexicano.

Ao terminar o primeiro tempo a sensação já não era boa, porque, de fato, os campeões norte-americanos jogaram melhor que os sul-americanos.

Aquele time que ganhou a duras penas dos sul-coreanos do Ulsan, definitivamente, não estava em campo, como era de se prever.

Na batata, o 0 a 0 estava de bom tamanho e o Palmeiras voltava a não jogar bem.

E os mexicanos voltaram melhores para o segundo tempo e logo se aproveitaram de pênalti cometido ingenuamente por Luan que Gignac converteu com perícia, aos 53'.

O pior é que estava justo.

Patrick de Paula, Willian e Felipe Melo entraram nos lugares de Danilo, Zé Rafael e Gabriel Menino.

Mas os norte-americanos seguiram muito mais perigosos.

Tinha um time em campo e vestia amarelo. Não chegava a ser como o River Plate no segundo jogo, mas era quase.

Mayke e Scarpa nos lugares de Marcos Rocha e Raphael Veiga e um lance de Willian, o único, quase deu o gol a Luiz Adriano e o gol contra ao zagueiro mexicano, aos 77'.

Pela segunda vez, a primeira foi em 1999, contra o Manchester United, o Palmeiras deixava escapar a chance de ser campeão mundial.

Então, foi mais doido porque os alviverdes foram melhores. Hoje não.

E todas aquelas análises sobre a lentidão do time mexicano, sobre a superioridade brasileira, você esquece porque feitas num jogo contra o Ulsan que era o da vergonha.

Mas ninguém aprende.

O "time velho" do Tigres fez sua primeira troca aos 85'…

Salvaram-se Weverton e Willian.

Nem mesmo Abel Ferreira foi bem, porque, recorrer a Felipe Melo é sinal de desespero. Menos mal que ele não tenha dado um pontapé em Gignac.

No desespero, o Palmeiras ainda pressionou no fim, mas sem levar grande perigo, só expectativa, a não ser um arremate de Viña que tirou tinta da trave

Os mexicanos chegam pela primeira vez à final do Mundial.

Com méritos inegáveis.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/