São Paulo é apedrejado e castigado pelo Coritiba
Qualquer que fosse o placar de São Paulo x Coritiba o Inter entraria pressionado para enfrentar o Grêmio.
Independentemente de continuar ou não na liderança, porque Gre-Nal é Gre-Nal e ponto final. Ainda mais quando se está há 11 clássicos sem ganhar do rival.
Mas, é claro, ver o São Paulo na liderança acrescentaria alguma pressão, embora o empate no Gre-Nal mantivesse o Colorado à frente.
Pressionado mesmo, porém, estava o São Paulo em busca de sua primeira vitória em cinco jogos, em casa e contra um dos últimos com dez desfalques, além do técnico Gustavo Morínigo, com Covid-19.

Seu ônibus foi seriamente apedrejado no caminho do Morumbi e Gabriel Sara sentiu-se mal no aquecimento, trocado por Tchê Tchê na última hora.
Se o time já vinha em pânico há quatro partidas, imagine depois de sofrer um atentado.
Num primeiro tempo duro, de assistir, o time paranaense teve duas chances de gol, aos 5 e aos 15 minutos, que a cabeça de Galdezani desperdiçou, e o paulista outra, também de cabeça, com Brenner, aos 11'.

Pouco para quem quer ser campeão e o possível para quem quem não quer cair.
Essa coisa de ser campeão está mesmo difícil pelos lados tricolores.
Antes do jogo no gramado, o quinteto de basquete recebeu o Flamengo para decidir o Torneio Super8.
O São Paulo ganhou os três quartos e começou o último com 61 a 51, mas perdeu o jogo e o título por 79 a 71.
Quer, dizer, por enquanto, nem com o pé nem com a mão o São Paulo é campeão.

Para o segundo tempo Fernando Diniz trocou Bruno Alves por Vitor Bueno e Brenner por Pablo.
Aos 2', cara a cara com Tiago Volpi, Fogaça não fez o gol.
Diniz se esgoelava aos 10', e pedia "confiança para jogar".
O time coxa se defendia como podia e não sofria nem marcava a saída de bola tricolor, arma normalmente bem-sucedida dos adversários dos anfitriões.
Até que, aos 13', adivinhe quem fez o 1 a 0?
Reinaldo deu para Pablo fazer o pivô e passar para Luciano abrir o marcador e devolver a liderança ao Tricolor.

A pergunta que se impunha era óbvia: até quando?
Até o fim do jogo?
Se sim, a manterá contra o Atlético Goianiense, em Goiás, na próxima rodada? E contra o Palmeiras, na outra?
Bem, naquele momento interessava mesmo responder a primeira pergunta e Juanfran parecia querer colaborar com os coxas.
Só que eles baixaram as armas e o São Paulo tomou conta, com Pablo desperdiçando uma oportunidade imperdível para ampliar. Bem contra o rival do Furacão que o revelou…
Condenado, o Coritiba viu Neilton jogar o empate fora depois de vacilada monstruosa de Arboleda e pôs Ricardo Oliveira, 40 anos, aos 32'.
Por incrível que pareça o São Paulo, ganhando, permitia os contra-ataques do desfalcado antepenúltimo colocado do Covidão-20.
Ganhar era fundamental, mas recuperar a confiança também era.
E definitivamente não era triunfo capaz disso.
Aos 36', no entanto, nem triunfo era mais.
Porque Ricardo Oliveira puxou o contra-ataque e deu para o argentino, emprestado pelo colorado, Martin Sarrafiore empatar, aos 36'.

Parecia mentira, mas era verdade.
O portenho fazia pelo Inter o que jamais fizera e o São Paulo pôs Toró e Igor Vinicius nos lugares de Igor Gomes e Juanfran, aos 43' porque desespero pouco é bobagem.
O empate confirma o tamanho da crise e provavelmente o ônibus voltará sozinho para o centro de treinamentos.
Os vândalos devem estar felizes.
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