Flamengo chega forte na luta pelo título
Não teve xadrez, ninguém esperou ninguém se definir em campo, um partiu para cima do outro e o outro partiu para cima do um no Mané Garrincha, em Brasília.

Com três minutos, Willian perdeu um gol inacreditável, desses que ele faz de olho fechado, em contra-ataque puxado por Danilo e passe de Viña.
A resposta não demorou nada e veio de bicicleta de Arrascaeta, salva pela ponta dos dedos de Weverton.
Antes do 13º minuto, Gabigol teve mais duas chances e não as aproveitou, porque o Flamengo agia e o Palmeiras reagia.
Melhor em campo, o Rubro-Negro perdeu Rodrigo Caio machucado e Gustavo Henrique o substituiu, aos 33'.
O domínio carioca não se comparava ao do River Plate na fatídica pela Libertadores, mas envolvia os paulistas, com William Arão de zagueiro e o meio de campo com Diego.
Em resumo, bom primeiro tempo em que só faltava o gol, com mais chances criadas pelo Flamengo, mas a maior delas, uma só, pelo Palmeiras.
E faltou até o primeiro minuto dos acréscimos quando Gabigol desarmou Danilo, deu para Arrascaeta que enfiou sem querer entre as pernas de Weverton e, ao tentar aliviar na linha fatal, Kusevic chutou contra Luan para a bola morrer no fundo da rede: 1 a 0. Era justo.
Com um jogo a menos que o líder Inter e o vice São Paulo, potencialmente o Flamengo foi para o intervalo com um ponto a mais que o Tricolor e apenas um a menos que o Colorado, dois adversários que enfrentará na duas últimas rodadas.
O Palmeiras voltou mais agressivo e Gabriel Menino teve, na marca do pênalti, a chance do empate, mas chutou mal.

O jogo ficou ainda melhor, cumprindo o que prometia, por lá e cá, dois times em campo, dois senhores times, embora com Bruno Henrique e Raphael Veiga em noite menos feliz que habitualmente.
Gabigol teve outra chance de gol e dessa vez foi Weverton quem evitou.
Ao constatar que perdia a batalha do meio de campo, Rogerio Ceni sacou Arrascaeta e pôs o jovem João Gomes, mais marcador.
Breno Lopes, Lucas Lima e Gustavo Scarpa, aos 21', nos lugares de Willian, Luiz Adriano e Viña.
Em seguida saiu Raphael Veiga e Pedro Acácio entrou a tempo de ver Gustavo Henrique cabecear para fora o segundo gol em passe de Filipe Luís.
Pepê, Vitinho e Pedro, aos 30', para dar sangue novo nos lugares de Diego, Gerson e Gabigol.
O jogo entrava na reta final, tenso, com o Flamengo querendo ganhar, o Palmeiras querendo empatar, e virar, porque o empate não interessava a ninguém, a não ser para os colorados, são-paulinos e atleticanos.
O Flamengo voltou a pressionar a saída de bola e a criar chance de gol, novamente evitada por Weverton em arremate de Bruno Henrique, depois de nova roubada da pelota.
Na cobrança do escanteio, Pepê, de primeira, na primeira vez em que tocou na bola, passe de Pedro, fez 2 a 0 e liquidou o jogo.

O Flamengo depende só dele para ser octocampeão e o Palmeiras passará a se dedicar só (só?) às Copas Libertadores e do Brasil.
Abel Ferreira precisa se preocupar com o fato de que o Palmeiras não tem se dado bem com times do tamanho dele, leia bem, times, não clubes. Faz seis jogos que não vence o Flamengo.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/