Empate entre Grêmio e Galo tem ares de despedida do título
Respeito é bom e o Grêmio gosta.
Respeito é bom e o Galo também gosta.
Só que quando o respeito é demasiado o jogo fica chato e quem vê não gosta.
Foi exatamente assim até os 15 minutos do jogo entre Grêmio e Galo, em Porto Alegre. Os dois se respeitaram demais e estava monótono.
Aí, o Galo teve a chance de abrir o placar e o Grêmio respondeu imediatamente.
Melhor, o time mineiro punha à prova a defesa gaúcha, variando os lados do campo para incomodá-la.
Até que Keno arrancou, resistiu aos puxões que recebeu na camisa, entregou para Vargas na entrada da área e o chileno deu de calcanhar para Arana, numa jogada espetacular, a cara de Sampaoli.
Seria um golaço de futebol coletivo.
Mas Arana foi atropelado por Thaciano na área.
Hyoran bateu o pênalti para fazer 1 a 0, aos 29 minutos.

E assim ficou até o fim do primeiro tempo, quando o Galo, para o segundo, teve de trocar Réver, indisposto, por Gabriel.
Quando a etapa final chegou aos dez minutos uma coisa estava muito clara: o clássico não entregava o que prometeu.
Para o alvinegro que seguia melhor, porém, estava de ótimo tamanho.
Já para o tricolor significava a valsa de despedida do Covidão-20.
Restavam a decisão da Copa do Brasil, sabe-se lá quando, e o Gre-Nal do próximo domingo, só para estragar a vida do rival.
Pinares no lugar de Thaciano e Maicon no de Lucas Silva, aos 13', foram as providências de Renato Portaluppi.
Franco no lugar de Savarino, aos 20', foi como Jorge Sampaoli respondeu para não perder o meio de campo.
Vargas chutava de fora da área e Vanderlei defendia dentro dela.
Alviverdes, rubro-negros, colorados e tricolores torciam por um empate, mas o Grêmio nem ameaçava satisfazê-los.
Na verdade, o Galo sempre esteve mais perto do segundo gol.
Aos 28', Alisson saiu e Ferreira entrou. Pepê também foi embora e Luis Fernando chegou.

Dylan no lugar de Hyoran e Sasha no de Vargas, em seguida, foi o que o Galo fez. Tirante Vargas, só nomes pra lá de esquisitos, uai!
Tivesse um cone no lugar do goleiro Éverson e daria no mesmo.
Daí entrou Everton no lugar de Victor Ferraz, aos 35'.
E na primeira vez em que tocou na bola, Everton, também no primeiro chute ao gol do Grêmio no segundo final, em bola reboteada, empatou o jogo, placar ruim para os dois, aos 39'.
Brilhava a estrela de Portaluppi e Sampaoli trocou Keno por Marrony.
Aos 48', em arremate de Ferreirinha, Éverson fez sua primeira defesa.
Mas o Grêmio parecia aqueles times de basquete que deixam para resolver tudo no último quarto. E esteve perto de vencer. Só que empatou, e pela 15ª vez, um estupor, em 30 jogos.
Ficou a ligeira sensação de que os dois se despediam do título e amargarão mais um ano de fila.
Só a sensação, porque o Covidão-20 está tão maluco que prognósticos viraram fanfarronices.
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