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Blog do Juca Kfouri

Flamengo miseravelmente eliminado

Juca Kfouri

01/12/2020 23h36

Se o Bruno Henrique não furar, o Juca que fure.

A piadinha sem graça, que a família ouve desde sempre, deu raiva quando, aos três minutos, o avante rubro-negro deu uma furada do tamanho do Maracanã e perdeu o gol para o Flamengo, disposto a não deixar o Racing botar as mangas de fora.

O primeiro tempo foi a cópia de River Plate x Athletico.

Ao Racing o 0 a 0 não interessava, mas nem por isso buscava machucar o Flamengo, que sabia lhe ser superior.

E o Flamengo, dono do campo e do jogo, criava e perdia chances de gol.

As duas mais claras com Vitinho, a já mencionada, no começo do jogo, e outra, no fim do primeiro tempo, quando Arrascaeta fez lançamento primoroso e ele perdeu.

Pelo andar da carruagem, se o Flamengo não fizesse logo um gol no segundo tempo, o Racing tentaria surpreendê-lo nos últimos 15 minutos.

Aos 49', outra vez Vitinho teve a chance, chutou, a bola desviou na zaga e o goleiro Árias fez defesa improvável.

Não era noite de Vitinho?

A Nação esperava ansiosa a presença de Pedro em campo. E temia um contra-ataque fatal.

Aos 62', Rodrigo Caio, com toda a sua experiência e categoria, deu entrada por trás e recebeu o segundo cartão amarelo.

Com dez, o Flamengo começava a viver um drama.

Imediatamente Rogério Ceni tirou Arrascaeta e pôs João Gomes no meio de campo, para Willian Arão ir para a zaga.

Na cobrança da falta, bola na área, Gustavo Henrique se atrapalha e Sigali faz Racing 1 a 0, aos 66 minutos. Meus sais!

Pedro em campo no lugar de Everton Ribeiro. Mas não seria melhor tirar Vitinho? Vá entender…

A perspectiva da eliminação rubro-negra não preocupava apenas a Nação.

Os torcedores do Atlético Mineiro, do São Paulo, do Palmeiras, do Grêmio, enfim, de todos que lutam pelo Covidão também tinham por que se preocupar diante da possibilidade de o Flamengo ter apenas uma taça para disputar.

E o drama ficou enorme. Primeiro Isla perdeu grande chance. Depois pôs a bola na cabeça de Bruno Henrique e Árias fez novo milagre, aos 80'.

Ceni começava a viver um pesadelo para treinador algum botar defeito.

Domènec Torrent gargalhava. E Jorge Jesus?

E Diego entrou aos 87' no lugar de Gustavo Henrique.

Aí, aos 93', Diego bateu escanteio pela esquerda e Arão empatou!

Fotos: Olé/Argentina

Ceni lustrava a estrela.

Vieram os pênaltis, sem Everton Ribeiro e Arrascaeta…Mas com Diego e Pedro.

Lisandro Lopes inaugurou as cobranças e fez 1 a 0.

Filipe Luís bateu e empatou.

Mathias Rojas fez 2 a 1.

Gerson cobrou e empatou. Árias quase defendeu.

Sigali fez 3 a 2.

Pedro empatou.

Alcaraz fez 4 a 3. Diego Alves quase defendeu.

Arão, de herói a vilão, bateu e Árias pegou.

Domínguez classificou o Racing.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/