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Blog do Juca Kfouri

#TireORacismoDeCampo

Juca Kfouri

14/11/2020 19h00

Em parceria com o Corinthians e o Atlético Mineiro, Gama e Alma Preta contam as histórias de pessoas negras assassinadas no Brasil

No mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra, os times dão voz ao movimento Vida Negras Importam dentro do futebol, homenageando em campo vítimas de violência racial; Gama e Alma Preta resgatam as biografias e os sonhos perdidos em campanha idealizada pela agência Wieden+Kennedy

Um minuto de silêncio marcou o início da partida do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Atlético Mineiro em andamento em Itaquera.

Os jogadores e os treinadores dos dois times entraram no gramado em Itaquera carregando camisetas com os nomes de vítimas da violência racial no Brasil — todas estampadas com o número 23, chamando a atenção para o dado devastador: a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no país.

A ação acontece no mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e tem a participação da Gama Revista e da agência de jornalismo Alma Preta, que se uniram aos times para dar nomes e rostos às estatísticas. 

Um hub de conteúdo criado especialmente para a ocasião traz as histórias das pessoas homenageadas em campo, resgatando suas trajetórias e lembrando seus planos e sonhos perdidos. Para conferir o especial, basta acessar o endereço vidasnegras.gamarevista.com.br.

Por meio dos depoimentos de familiares e amigos, conhecemos mais a fundo a biografia e a personalidade de nomes como Robson da Luz, jovem preso, torturado e executado pela Polícia Militar em 1978, cuja morte mobilizou a criação do Movimento Negro Unificado (MNU); a estudante Ágatha Féliz, baleada em 2019 durante uma operação policial; a policial militar Alda Castilho, morta durante um ataque à base da UPP onde servia; o menino Miguel, que morreu aos cinco anos após cair de um prédio de luxo em junho de 2020; a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 2018; e o ajudante de pedreiro Amarildo Souza, desaparecido desde 2013; entre outros.

O projeto, que pode ser acompanhado pelas hashtags #VidasNegrasImportam, #TireORacismoDeCampo e #ComRacismoNãoHáDemocracia, chama a atenção para o alarmante e sistemático assassinato de pessoas negras no Brasil. 

A campanha foi idealizada pela agência Wieden+Kennedy e conta com a parceria institucional da Coalizão Negra por Direitos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/