Galo enfia as esporas no Flamengo. Sem dó!
Você estava ansioso pelo jogo Galo x Flamengo?
Eu também.
E aos três minutos, Everton Ribeiro chutou de fora da área e tirou lasca da trave.
Trinta segundos depois o venezuelano Savarino desceu pela direita e cruzou na medida para Sasha fazer 1 a 0.
Aos 7º', Savarino fez outra bela jogada para Keno finalizar e ampliar: 2 a 0.
O Galo desalojava o Flamengo da vice-liderança e tirava dos cariocas a chance de assumir a liderança.
Claro, tinha muito jogo pela frente, mas o Mineirão tinha cara de Alemanha x Brasil.
O Galo jogava como se fosse o jogo da vida. E era.
O Flamengo parecia estar perplexo. E estava.
Só quando a metade do primeiro tempo chegou o Rubro-Negro começou a se impor.
Mais bem espalhado em campo, os mineiros a cada descida mantinham a expectativa de novo gol.
Savarino teve a chance do 3 a 0, aos 35', mas demorou para finalizar e acabou desarmado.
Por duas vezes o zagueiro Natan teve a possibilidade de diminuir de cabeça e errou.
O primeiro tempo acabou como começou. E prometeu um segundo tão bom como.
E logo aos 90 segundos Pedro cabeceou, Éverson fez milagre e Bruno Henrique mandou o rebote no travessão.
No contra-ataque, Keno mandou o 3 a 0 por cima.
Que coisa! Que jogo!
E, aos 13', com requinte de crueldade, entre as pernas de Hugo, Sasha cabeceou de peixinho um passe maravilhoso de Arana para fazer 3 a 0!
O Flamengo levava outra sapatada, ou melhor, um esporada para abalar as estruturas da Gávea.
Dois minutos depois o mesmo Sasha não fez o 4 a 0 por detalhe, em cavada que saiu por pouco.
A defesa rubro-negra é um convite ao crime.
Quando o ataque carioca conseguia chegar, com Pedro, Éverson fazia milagres.
Michael e Renê chamados por Domènec Torrent para os lugares de Thiago Maia e Filipe Luís.
Jorge Sampaoli via o massacre no camarote, suspenso pela segunda vez. Talvez seja a melhor solução. Ele treina o time durante a semana e fica longe do banco para não pilhá-lo tanto. Era óbvio que o gringo se comunicava com seus auxiliares.
Também pela segunda vez ele vencia o catalão no Covidão-20.
Lincoln e Gabigol nos lugares de Everton Ribeiro e Pedro, aos 33'.
Dome queria ao menos um golzinho.
O Galo respondeu com Zaracho e Marrony nos lugares de Guga e Keno.
Sampaoli também queria mais gols.
E no primeiro toque na bola de Zaracho, em enfiada preciosa do endiabrado Savarino, o argentino fez 4 a 0, aos 36'.
Imagine o Mineirão lotado, como estaria.
Domingo passado, São Paulo 4, Flamengo 1. Hoje, Galo 4 a 0.
O campeão nacional e continental precisa rever seus conceitos. Rapidamente. Se quiser ser bicampeão seguido e octocampeão brasileiro.
Já o Galo mantém viva a esperança de sair de 50 anos de fila.
Não foi exatamente o jogo que eu queria ver, porque acabou sendo de um time só.
Embora tenha sido divertidíssimo e eu errado meu palpite.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/