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Blog do Juca Kfouri

Galo enfia as esporas no Flamengo. Sem dó!

Juca Kfouri

08/11/2020 20h07

Você estava ansioso pelo jogo Galo x Flamengo?

Eu também.

E aos três minutos, Everton Ribeiro chutou de fora da área e tirou lasca da trave.

Trinta segundos depois o venezuelano Savarino desceu pela direita e cruzou na medida para Sasha fazer 1 a 0.

Aos 7º', Savarino fez outra bela jogada para Keno finalizar e ampliar: 2 a 0.

O Galo desalojava o Flamengo da vice-liderança e tirava dos cariocas a chance de assumir a liderança.

Claro, tinha muito jogo pela frente, mas o Mineirão tinha cara de Alemanha x Brasil.

O Galo jogava como se fosse o jogo da vida. E era.

O Flamengo parecia estar perplexo. E estava.

Só quando a metade do primeiro tempo chegou o Rubro-Negro começou a se impor.

Mais bem espalhado em campo, os mineiros a cada descida mantinham a expectativa de novo gol.

Savarino teve a chance do 3 a 0, aos 35', mas demorou para finalizar e acabou desarmado.

Por duas vezes o zagueiro Natan teve a possibilidade de diminuir de cabeça e errou.

O primeiro tempo acabou como começou. E prometeu um segundo tão bom como.

E logo aos 90 segundos Pedro cabeceou, Éverson fez milagre e Bruno Henrique mandou o rebote no travessão.

No contra-ataque, Keno mandou o 3 a 0 por cima.

Que coisa! Que jogo!

E, aos 13', com requinte de crueldade, entre as pernas de Hugo, Sasha cabeceou de peixinho um passe maravilhoso de Arana para fazer 3 a 0!

O Flamengo levava outra sapatada, ou melhor, um esporada para abalar as estruturas da Gávea.

Dois minutos depois o mesmo Sasha não fez o 4 a 0 por detalhe, em cavada que saiu por pouco.

A defesa rubro-negra é um convite ao crime.

Quando o ataque carioca conseguia chegar, com Pedro, Éverson fazia milagres.

Michael e Renê chamados por Domènec Torrent para os lugares de Thiago Maia e Filipe Luís.

Jorge Sampaoli via o massacre no camarote, suspenso pela segunda vez. Talvez seja a melhor solução. Ele treina o time durante a semana e fica longe do banco para não pilhá-lo tanto. Era óbvio que o gringo se comunicava com seus auxiliares.

Também pela segunda vez ele vencia o catalão no Covidão-20.

Lincoln e Gabigol nos lugares de Everton Ribeiro e Pedro, aos 33'.

Dome queria ao menos um golzinho.

O Galo respondeu com Zaracho e Marrony nos lugares de Guga e Keno.

Sampaoli também queria mais gols.

E no primeiro toque na bola de Zaracho, em enfiada preciosa do endiabrado Savarino, o argentino fez 4 a 0, aos 36'.

Imagine o Mineirão lotado, como estaria.

Domingo passado, São Paulo 4, Flamengo 1. Hoje, Galo 4 a 0.

O campeão nacional e continental precisa rever seus conceitos. Rapidamente. Se quiser ser bicampeão seguido e octocampeão brasileiro.

Já o Galo mantém viva a esperança de sair de 50 anos de fila.

Não foi exatamente o jogo que eu queria ver, porque acabou sendo de um time só.

Embora tenha sido divertidíssimo e eu errado meu palpite.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/