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Blog do Juca Kfouri

Flamengo faz Coritiba pagar pelo que não fez

Juca Kfouri

21/11/2020 20h47

No segundo minuto do jogo no Maracanã o Flamengo mostrou que queria esquecer a Copa do Brasil e assumir a liderança do Covidão-20.

Bruno Henrique puxou contra-ataque, deu para Arrascaeta e recebeu de volta na cabeça para fazer 1 a 0.

No quarto minuto, em novo contra-ataque, Vitinho deu o segundo gol para Arrascaeta e o uruguaio não ampliou por chegar meio segundo atrasado.

Era o Rubro-Negro de…de 2019. Estava na frente, queria mais e estava disposto a não deixar o Coritiba respirar.

Aos 24' Arrascaeta deu o segundo gol para Bruno Henrique e ele o desperdiçou de maneira simplesmente inacreditável.

Dois minutos depois não teve jeito.

De pé em pé, de Gerson para Isla, do chileno para Arrascaeta e na marca do pênalti e o uruguaio, enfim, ampliou: 2 a 0.

O Flamengo ganhava, agradava e assumia o primeiro lugar.

O 3 a 0 não aconteceu porque Bruno Henrique não quis fazer e porque, no arremate de Everton Ribeiro, o goleiro Wilson impediu.

O time paranaense permanecia na antepenúltima colocação, sob risco de cair para a penúltima caso o Botafogo ao menos empate com o Fortaleza, amanhã, no Nilton Santos.

Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gerson escondiam a bola, o que não chega a ser novidade. A novidade era a boa atuação de Bruno Henrique, não exatamente o do ano passado, longe disso, mas melhor do que o deste ano.

Aos 35', foi a vez de Gerson perder o terceiro gol de maneira incrível.

É, se tivesse 5 a 0 não seria exagero.

Até porque em seguida foi a vez de Everton Ribeiro cabecear no travessão em linda jogada que nasceu na esquerda, chegou rapidamente à direita, o cruzamento na cabeça de Bruno Henrique e da dele na de Everton até a trave superior. Um show!

Aos 41', Arrascaeta bateu falta para Bruno Henrique entrar na pequena área e finalizar, de canela, outra vez na trave! Eita, terceiro gol encardido.

Uma correção: o primeiro tempo deveria ter acabado 6 a 0…

O time coxa, inocente, pagava pelo que o São Paulo havia feito.

Havia um prejuízo claro ao time carioca por não matar o jogo: não poderia descansar cinco titulares para o jogo contra o Racing, na terça-feira, pela Libertadores, na Argentina.

No primeiro minuto do segundo tempo Everton Ribeiro pôs nova bola para Bruno Henrique marcar o maldito terceiro gol e ele perdeu. Que coisa!

No quarto minuto, Gerson botou Bruno Henrique outra vez na cara do gol e ele errou a cavadinha, permitindo que Wilson desviasse.

Desisto!

O 3 a 0 estava proibido neste sábado na Cidade Maravilhosa.

O Coritiba não havia criado nenhuma chance de gol, mas, certamente, na primeira que criasse, diminuiria para 2 a 1.

Porque, você sabe, quem não faz…

Bruno Henrique perdia muitos gols e apanhava demais. Pior: errou, aos 21', o último passe do terceiro gol de maneira imperdoável.

Retiro o elogio feito a ele ainda no primeiro tempo. Paciência esgotada.

Precisou de um zagueiro para fazer 3 a 0, aos 30', em tabela com Vitinho. Renê foi o nome do gol. Que Bruno Henrique pergunte a ele como é que se faz. Porque em seguida BH perdeu o 4 a 0.

Então, Rogério Ceni começou a poupar: Gerson, Everton Ribeiro, Isla e Bruno Henrique fora.

Vitinho também saiu, aos 40'.

O que gostaria de ter feito no intervalo.

Seja como for, Ceni comemora a primeira vitória no novo emprego e viajará para Buenos Aires com outro astral.

Placar moral?

8 a 0.

Embora, nos acréscimos, Matheus, filho de Bebeto, tenha diminuído, exatamente na única chance de gol criada pelo Coritiba.

E nem comemorou.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/