Flamengo faz Coritiba pagar pelo que não fez
No segundo minuto do jogo no Maracanã o Flamengo mostrou que queria esquecer a Copa do Brasil e assumir a liderança do Covidão-20.
Bruno Henrique puxou contra-ataque, deu para Arrascaeta e recebeu de volta na cabeça para fazer 1 a 0.
No quarto minuto, em novo contra-ataque, Vitinho deu o segundo gol para Arrascaeta e o uruguaio não ampliou por chegar meio segundo atrasado.
Era o Rubro-Negro de…de 2019. Estava na frente, queria mais e estava disposto a não deixar o Coritiba respirar.
Aos 24' Arrascaeta deu o segundo gol para Bruno Henrique e ele o desperdiçou de maneira simplesmente inacreditável.
Dois minutos depois não teve jeito.
De pé em pé, de Gerson para Isla, do chileno para Arrascaeta e na marca do pênalti e o uruguaio, enfim, ampliou: 2 a 0.

O Flamengo ganhava, agradava e assumia o primeiro lugar.
O 3 a 0 não aconteceu porque Bruno Henrique não quis fazer e porque, no arremate de Everton Ribeiro, o goleiro Wilson impediu.
O time paranaense permanecia na antepenúltima colocação, sob risco de cair para a penúltima caso o Botafogo ao menos empate com o Fortaleza, amanhã, no Nilton Santos.
Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gerson escondiam a bola, o que não chega a ser novidade. A novidade era a boa atuação de Bruno Henrique, não exatamente o do ano passado, longe disso, mas melhor do que o deste ano.
Aos 35', foi a vez de Gerson perder o terceiro gol de maneira incrível.

É, se tivesse 5 a 0 não seria exagero.
Até porque em seguida foi a vez de Everton Ribeiro cabecear no travessão em linda jogada que nasceu na esquerda, chegou rapidamente à direita, o cruzamento na cabeça de Bruno Henrique e da dele na de Everton até a trave superior. Um show!
Aos 41', Arrascaeta bateu falta para Bruno Henrique entrar na pequena área e finalizar, de canela, outra vez na trave! Eita, terceiro gol encardido.

Uma correção: o primeiro tempo deveria ter acabado 6 a 0…
O time coxa, inocente, pagava pelo que o São Paulo havia feito.
Havia um prejuízo claro ao time carioca por não matar o jogo: não poderia descansar cinco titulares para o jogo contra o Racing, na terça-feira, pela Libertadores, na Argentina.
No primeiro minuto do segundo tempo Everton Ribeiro pôs nova bola para Bruno Henrique marcar o maldito terceiro gol e ele perdeu. Que coisa!
No quarto minuto, Gerson botou Bruno Henrique outra vez na cara do gol e ele errou a cavadinha, permitindo que Wilson desviasse.
Desisto!
O 3 a 0 estava proibido neste sábado na Cidade Maravilhosa.
O Coritiba não havia criado nenhuma chance de gol, mas, certamente, na primeira que criasse, diminuiria para 2 a 1.
Porque, você sabe, quem não faz…
Bruno Henrique perdia muitos gols e apanhava demais. Pior: errou, aos 21', o último passe do terceiro gol de maneira imperdoável.
Retiro o elogio feito a ele ainda no primeiro tempo. Paciência esgotada.
Precisou de um zagueiro para fazer 3 a 0, aos 30', em tabela com Vitinho. Renê foi o nome do gol. Que Bruno Henrique pergunte a ele como é que se faz. Porque em seguida BH perdeu o 4 a 0.
Então, Rogério Ceni começou a poupar: Gerson, Everton Ribeiro, Isla e Bruno Henrique fora.
Vitinho também saiu, aos 40'.
O que gostaria de ter feito no intervalo.
Seja como for, Ceni comemora a primeira vitória no novo emprego e viajará para Buenos Aires com outro astral.
Placar moral?
8 a 0.
Embora, nos acréscimos, Matheus, filho de Bebeto, tenha diminuído, exatamente na única chance de gol criada pelo Coritiba.
E nem comemorou.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/