Empates que valem como vitórias
Há empates que valem como vitórias e não são apenas aqueles que valem títulos ou classificações.
Neste Covidão-20 já tivemos pelo menos dois.
O primeiro quando a garotada do Flamengo, infectado pela pandemia, enfrentou o Palmeiras na casa verde e saiu de lá com inesquecível 1 a 1.
O segundo aconteceu ontem em Itaquera quando o Corinthians, com nove jogadores, suportou o assédio do Grêmio completo e ainda por pouco não ganhou por 1 a 0.
O que aconteceu ontem lembrou um Majestoso de 1962. E que terminou em vitória mesmo.
O São Paulo fez 2 a 0 no Pacaembu, dois gols de Benê, o atacante corintiano Silva, o Batuta, foi expulso e Manuelzinho se machucou, sem poder ser substituído, tudo no primeiro tempo.
O São Paulo tinha em sua defesa além do goleiro Poy, os zagueiros De Sordi e Bellini, ambos campeões mundiais em 1958 pela Seleção.
Assim mesmo, com nove jogadores, o Corinthians diminuiu com Lima, ainda na primeira etapa.
Rafael empatou de pênalti no começo do segundo tempo e Nei, o pai de Dinei, e era visto como um novo Pelé, fez o 3 a 2.

A Fiel invadiu o vestiário do Pacaembu para comemorar como se fosse um título.
E o lateral-direito tricolor De Sordi cunhou a frase: "Eram nove, mas pareciam 15 leões feridos".
Pelo menos era assim que a memória registrou nas páginas do jornal "A Gazeta Esportiva", como manchete.
Mas não foi assim que a "Folha de S.Paulo" registrou, como se vê.

Ou De Sordi referiu-se ora a leões feridos, ora a demônios para os repórteres?
Na importa. Importa que se houvesse torcida ontem em Itaquera os jogadores corintianos seriam ovacionados.

Fagner, principalmente, não só porque pôs Pepê no bolso, como porque deu um trabalhão para a defesa gaúcha e só não deu a vitória ao Alvinegro porque Vanderlei fez das maiores defesas deste campeonato.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/