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Blog do Juca Kfouri

São Paulo quebra escrita e entra no currículo de Luxemburgo

Juca Kfouri

10/10/2020 20h01

Com o Palmeiras e sua irritante incapacidade de jogar futebol e o São Paulo disposto a conseguir sua primeira vitória na casa verde, o chamado Choque-Rei teve a primeira emoção só aos 21 minutos, quando Reinaldo cruzou da intermediária e Igor Gomes cabeceou para fora.

Mais uma vez o Palmeiras parecia apostar no segundo tempo quando renova meio time e se aproveita de seu banco muito melhor que o do rival.

Aos 30 minutos o clássico era, no máximo, plebeu. E bem pobrezinho, sem nenhum chute entre as três traves.

Patrick de Paula acertou pela primeira vez, aos 31', para defesa fácil de Volpi.

A lentidão do jogo era exasperante.

Aos 40', Reinaldo fez Jailson se virar, mas o Palmeiras melhorava um pouquinho.

Reclamações de mãos na bola na área se sucediam sem razão, típico de quem conta com o acaso para vencer.

Assim terminou o primeiro tempo, decepcionante.

Depois de perceber que o Palmeiras não é nada disso, o São Paulo foi à frente e em seis minutos criou duas chances de gol logo de cara no segundo tempo, com Reinaldo, para defesa de Jailson, e com Brenner de cabeça, ao subir mais que Felipe Melo.

Aos 8', o estreante Lucas Esteves derrubou Igor Vinicius na área, em passe de Daniel Alves, e o pênalti foi marcado.

Aos 9', Reinaldo abriu o placar. 1 a 0 e era justo.

Esperava-se que, enfim, o Palmeiras atacasse.

Afinal, estava em casa, tem pretensões ao título e perdia a invencibilidade em seus domínios para o São Paulo no 10° Choque-Rei nela, depois de perder a de 20 jogos para o Botafogo, que não vencia há dez.

Aí, Luxemburgo fez o de sempre, no atacado: Wesley, Raphael Veiga e Willian fora e Veron, Scarpa e Luiz Adriano dentro.

Tempo havia de sobra para empatar e até virar.

Palmeiras na pressão, e o São Paulo em transições mais rápidas, no contra-ataque e mais perigoso.

Se houvesse torcida, o torcedor estaria chamando de "time sem-vergonha", não pelo que fazia depois do 1 a 0, mas pelo que não fez antes.

Lucas Esteves e Zé Rafael fora, Danilo e Ramires dentro, aos 24'.

Pronto! Às cinco trocas feitas no samba de uma nota só de Luxemburgo.

Só que Luan havia pedido para sair e teve de ir jogar na frente, para fazer número.

Volpi fez defesaça em cobrança de falta por Scarpa, aos 31', na primeira grande chance criada pelo Alviverde.

Igor Gomes e Luciano fora, Toró e Vitor Bueno dentro, aos 36'.

O São Paulo jogava com a bola no chão, mas errava o último passe seguidamente, com o que não matava o jogo.

Léo substituiu Tchê Tchê aos 40' e Fernando Diniz conseguia uma vitória marcante.

Pablo no lugar de Brenner, para jogar os cinco minutos de acréscimos.

O Tricolor entrava para o currículo de Luxemburgo, com sua primeira vitória na casa verde e por 2 a 0, com gol de Vitor Bueno, aos 47'.

O São Paulo está quatro pontos adiante do Palmeiras.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/