Recado do Santos: quer o tetra
Se o 0 a 0 entre Santos e Olímpia na Vila Belmiro foi chatíssimo, o jogo de volta que acaba de acabar, ao contrário, foi animado para dedéu.
Depois da inevitável pressão do time paraguaio em casa, Sanchez abriu o placar ao cobrar pênalti cometido por Recalde sobre Madson, aos 13 minutos.

Não que o Santos tenha recuado, mas o Olimpia foi à frente em busca do empate e, aos 21', cruzamento da direita encontrou Recalde na segunda trave, sem que Madson o incomodasse, e o atacante cabeceou firme para fazer 1 a 1.
Os protagonistas do pênalti também estavam empatados.
Mas aí o Santos quis segurar o empate que garantia a classificação e Recalde desempatou tudo, aos 33', de dentro da área, no canto de direito de João Paulo.
Pronto! Não fazia mais sentido o excesso de prudência e lá foi o Santos à frente sem medo de ser feliz.
Aos 38', Recalde pegou Marinho com violência e levou cartão amarelo.
Um minuto depois, como tudo dá certo quando alguém está iluminado, Marinho bateu a falta pela direita em busca de alguma cabeça amiga e o amigo foi o goleiro Ancona, que aceitou a cobrança sem que ninguém tocasse na bola.

Ninguém mexeu para o segundo tempo e, aos 50', Recalde tirou tinta do travessão em cobrança de falta, para, no minuto seguinte, João Paulo evitar, com os pés, o gol paraguaio, cara a cara.
Só dava Olímpia e o Santos tentava quebrar o ritmo.
Soteldo, de cabeça, imagine!, aproveitou cruzamento da direita e quase fez ele o terceiro gol, aos 53'.

Aí, Marinho virou o jogo da direita para esquerda onde Sánchez limpou para Kaio Jorge, livre, virar para 3 a 2, aos 59'.

O jogo seguia pra lá de animado e o Santos ia garantindo seu lugar nas oitavas para poder sonhar com o tetracampeonato continental, mesmo sonho que ficava mais longe para o Olimpia.
Aos 64', o interminável Roque Santa Cruz, 39 anos, entrou no jogo para buscar o empate.
Cuca chamou Alisson para o lugar de Sánchez, para fechar.
O Olimpia, é claro, era todo pressão.
Invicto, o Santos assegurava o primeiro lugar no grupo.
Aos 70', João Paulo, fez milagre ao evitar novo empate em puxeta surpreendente.


Ivonei no lugar de Jobson, em seguida, e Raniel no de Kaio Jorge.
Aos 77', nova senhora defesa de João Paulo. Que goleiro!
Aos 80', outra!
Sim, o Olimpia merecia o empate e, se empatasse, provavelmente venceria.
O Santos virava refém e Cuca já não tinha o que fazer além de rezar.
Aliás, poderia negociar com os deuses dos estádios: o empate e não se fala mais nisso.
Aos 85', Recalde empatou, mas em impedimento e, felizmente, foi substituído.
O bom da Covidadores sem público tem sido às arbitragens, que abrem mão de ser caseiras para apitar corretamente.
E os jogos têm sido muito mais leais também.
Com oito minutos de acréscimos, João Paulo poderia comer até um frango que ainda assim seria o nome do jogo. Mas só um.
Aos 95', adivinhe? Mais uma defesa dele!
Porque se Recalde também foi protagonista para o bem e para o mal, o recado praiano é claro: "Queremos o tetra!".
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