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Blog do Juca Kfouri

Galo sufocante, esfuziante, brilhante, entusiasmante e piedoso

Juca Kfouri

04/10/2020 22h20

Aos 9 minutos Réver, tão experiente, quis atrasar, de costas e de cabeça, a bola para o goleiro Everson, sem perceber que Benítez estava atrás dele, no bico da pequena área. Que besteira!

E Benítez fez outra: matou no peito e ajeitou a bola para abrir o placar com uma linda bicicleta: 1 a 0.

Cutucou o Galo com vara curta.

O time de Jorge Sampaoli partiu para cima não com a sede de sempre, que já é grande.

Mas disposto a massacrar o Vasco, a não deixá-lo respirar, a pagar pela ousadia de seu meia argentino.

E sufocou, massacrou e brilhou.

Arana aos 13', Savarino aos 18', Guga aos 29' e Keno, aos 38', assim, em 25 minutos, fizeram quatro gols.

Arana e Savarino em jogo jogado, bola no chão, envolvente.

Guga e Keno de pênaltis, em duas bolas roubadas na saída da defesa carioca.

Se o Tottenham fez seis no Manchester United e o Aston Villa fez sete no Liverpool, quanto faria o Galo no Vasco?

Era a única dúvida no intervalo.

Aliás, ainda antes dele, Ramon sacou Carlinhos e Vinicius e pôs Pikachu e Marcos Júnior, aos 35 minutos de jogo.

Pra quê?

Ora, para eles poderem ver o show de perto.

Mas Ramon deveria mesmo é ter chamado o batalhão de tanques do exército da ONU e posto em sua área.

Porque o Galo não tirou o pé no segundo tempo e, desnorteado, Andrei, aos 15', foi expulso e deixou o Cruzmaltino com dez.

Ramon tirou Carlos Magno e pôs Bruno Gomes para evitar a catástrofe.

Tirar o pé o Galo não tirou, mas tirou Natan e Jair, para Allan e Dylan jogarem, e passou a abusar um pouco do preciosismo, em busca de gols bonitos.

Marrony também entrou no lugar de Sasha.

Aos 32', Allan acertou a trave que como sabem os mineiros, não altera o placar.

A sorte do Vasco estava na linha de passe atleticana, como se tivessem combinado que só valeria gol de dentro da área.

Ou resolveu ser piedoso com o Vasco, 11 x 10.

Com um jogo a menos que o Inter, o Galo livrava cinco pontos do vice-líder, em tese, oito, embora esteja aos mesmos cinco do Palmeiras e, aí, com os mesmos 12 jogos disputados.

O Flamengo, a seis pontos, que se cuide.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/