Galo chuta muito, chuta mal e cai
Pense num massacre.
Pois pensou no primeiro tempo de Galo x Sport.
Pense num mistério.
Pois também pensou no mesmo jogo.
E por que mistério?
Porque o primeiro tempo acabou 0 a 0.
Era tão esquisito que se continuasse daquele jeito era bem capaz da vitória sorrir ao time pernambucano.
O que poria em risco a vida de Jorge Sampaoli,
Porque entre azares, falta de pontaria, de frieza e o diabo a quatro, o empate no Mineirão equivalia ao desastre de 12 finalizações contra nenhuma e pobre 0 a 0.
Aos 13 minutos do segundo tempo, depois de dois milagres do goleiro Luan Poli e uma cabeçada no travessão, Lédio Carmona informou com a elegância que o caracteriza: "18 finalizações a zero".
Aos 20', Marrony e o estreante argentino Zaracho nos lugares de Sasha e Alan Franco foi a providência de Sampaoli.
Nas redes sociais havia quem sugerisse que o técnico tirasse o goleiro Éverson e pusesse um atacante.
Thiago Neves fazia figuração no ataque pernambucano e o jogo chegava aos 30 minutos da etapa final.
Quando o Galo chegou ao gol, com Marrony, Natan havia tocado a mão na bola.
Independentemente do placar final, estava clara a falta de finalizadores mais eficazes ao time mineiro.
Sabe aquela sensação de que se o jogo durasse a noite inteira e a madrugada o gol não sairia? Pois é.
Aos 38', enfim, o primeiro chute a gol do Sport, em cobrança de falta. Por cima. 20 a 1.
Éverson seguia sem nenhuma defesa.
Perigo, perigo: com os mesmos 17 jogos de Inter e Flamengo, o Galo ficava a dois pontos de ambos.
E perdia Keno para enfrentar o Palmeiras, com terceiro amarelo…
Aos 43', nova cobrança de falta e novo chute por cima do Sport. Éverson…
Fosse boxe o Galo ganharia por 22 pontos a 2. Mas era futebol e seguia 0 a 0.
Saudades de Reinaldo, de Dario, de Ricardo Oliveira, de Jô, de Ronaldinho Gaúcho.
O fantasma de 50 anos sem título volta a assombrar a Cidade do Galo.
Aos 51', o jogo acabou.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/