PSG vira em dois minutos e segue sonhando
Meu Deus, que inveja!
No segundo minuto o goleiro Navas defendeu o que seria o gol do Atalanta.
No terceiro, Neymar puxou o contra-ataque, recebeu de volta, arrancou da intermediária italiana, ficou cara a cara com o goleiro e chutou muuuuito para fora.
INACREDITÁVEL!
Mas já não dava para tirar o olho da tela, apesar de ter de escrever.
André Henning e o ex-goleiro Júlio César, narrador e o ex-goleiro e comentarista do Esporte Interativo, valorizaram a saída de Marco Sportiello, de fato, muito boa.
Mas Neymar desperdiçou.
O Atalanta não estava nem aí para o PSG e, aos 10', Navas fez uma defesaça, além de outra, aí milagraço, aos 11', embora fosse marcado impedimento do cabeceador.
O Estádio da Luz, em Lisboa, era palco de ótimo jogo, aberto, lá e cá, o gol como objetivo, como tem de ser.
Aos 18', Neymar, que estava com o diabo no corpo, teve outra chance pela esquerda e, entre chutar e passar, não fez uma coisa nem outra.
O campeão francês e o terceiro colocado no Campeonato Italiano, 15 pontos atrás da Juventus, não permitiam prognósticos.
Mbappé estava no banco e pôs as mãos na cabeça ao ver o gol perdido pelo companheiro brasileiro que, diga-se, estava imparável.
Só que, aos 26', foi Pasalic quem abriu o placar, num golaço: 1 a 0 para o azarão.
Neymar respondeu no minuto seguinte ao canetar o croata Pasalic e chutar rente à trave da entrada da área.
Meu Deus, que jogo, que inveja!
O Atalanta não deu o menor sinal de garantir o resultado, ao contrário, queria mais.
Só Neymar levava perigo, embora, estranhamente, errava todas as finalizações como se fosse um juvenil ansioso.
Parecia inevitável a entrada de Mbappé no segundo tempo.
Porque o Atalanta terminou o primeiro mais perto de ampliar do que de sofrer o empate.
E o único representante italiano nas quartas de final da Champions começou a etapa final como terminou a inicial, em busca de fazer 2 a 0.
Mpabbé seguia no banco…
Sei não, mister Thomas Tuchel…
Neymar seguia distribuindo canetas e passes precisos, mas não encontrava companhia.
E Mbappé no banco…
A irritação que, suponho, tomava conta da torcida parisiense, tomava conta do gramado, com os jogadores franceses abrindo a caixa de ferramentas.
Aos 58', enfim, Mbappé entrou no lugar de Sarabia.
Gómez e Djimsiti saíram e entraram Malinovski e Palomino, também aos 58', no bravíssimo Atalanta.
Quando a metade do segundo tempo chegou, com os italianos mais fechados, o sonho franco-catari-brasileiro escapava pelos dedos.
O pior é que Neymar, embora com boa participação, perdeu dois gols imperdíveis.
Herrera saiu para Draxler jogar e Guedes deu lugar a Paredes no PSG.
Aos 73' chegou a vez de Mbappé ver o goleiro Sportiello crescer para cima dele e evitar o empate.
Mbappé infernizava a defesa italiana e Neymar seguia irreconhecível no arremate, ora para longe, ora fraco.
E como miséria pouca é bobagem, o goleiro Navas se machucou e Rico o substituiu, aos 78'.
Aos 80', Palomino evitou o gol de Mbappé.
Icardi já tinha sido trocado por Choupo-Moting, no PSG.
Zapata e Gosens saíram e Castagne e Da Riva entraram, últimas trocas do Atalanta.
Dava para cortar o ar com uma faca no Estádio da Luz, só não podia cortar a luz.
E, aos 89'40', Neymar teve dividido o chute na cara do gol, a bola espremida sobrou para o ex-corintiano Marquinhos empatar.
Aos 90', a virada sensacional.
Neymar para Mbappé, deste para Choupo-Moting fazer 2 a 1.
Aos 96', Marquinhos impediu o empate.
O sonho francês não acabou.
Meu Deus, que inveja!
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/