O Palmeiras, os pais, o país e o presidente minúsculo
Se passou pelas cabeças da querida ouvinte, ou do caríssimo ouvinte, que este pobre jornalista deixaria de saudar o título paulista do Palmeiras, conquistado no sábado, vocês se enganaram redondamente.
Nem mesmo a primeira rodada do Brasileirão foi mais importante que o título alviverde depois do susto de sofrer o empate, no último minuto, de um jogo que estava ganho.
Feito o singelo registro, vale frisar a vitória do Atlético Mineiro sobre o campeão Flamengo, no Maracanã, por 1 a 0, com gol contra de Filipe Luís num bom jogo de futebol.
E vale lamentar que no fim de semana que registrou, oficialmente, mais de 100 mil mortes de vítimas da pandemia no Brasil, o jogo entre Goiás e São Paulo não aconteceu, porque nada menos que dez jogadores goianos testaram positivo.
Prova do açodamento irresponsável da volta do futebol nos gramados brasileiros, estimulado pela necropolítica do presidente da República.
Ele, aliás, preferiu saudar a taça do Palmeiras a se solidarizar com as mais de 100 mil famílias enlutadas na véspera do Dia dos Pais.
E ainda escreveu o nome do clube com p minúsculo.
Pequeno, mínimo, desprezível, é ele, o presidente macabro.

Tantos pais perdidos no país não do futebol, mas do descaso com a vida.
Comentário para o Jornal da CBN desta segunda-feira, 10 de agosto de 2020.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/