Einstein e a Lei de Murphy
Telê Santana dizia que "o futebol não é para gente séria".

Confrontado com a aparente contradição, ele escapava ao dizer que não sabia fazer outra coisa.
Mas, de fato, morreu envenenado pelas mazelas da cartolagem que, sabia, recebia propina até de fábricas de bolas utilizadas nos campeonatos. E eram poucas as marcas de que gostava.
Já um velho ditado diz que quem se junta aos porcos come farelo.
Pois eis que juntar-se ao futebol, no Brasil, em regra, acaba por macular marcas respeitáveis.

A Nike sabe o quanto lhe custou patrocinar a CBF. Até uma CPI, chamada de CBF-Nike, teve de amargar.
Nem por isso, é fato, abandonou o lucrativo filão.
Quem agora padece é o hospital Albert Einstein, um das marcas de excelência da saúde privada no país.

Os testes para Covid-19 parecem ter se transformado em exames antidoping e podem decidir jogos, como aconteceu, pelo menos, com o Bragantino contra o Corinthians.

Assim teria sido também com o Goiás, não fosse a altiva atitude do clube do Planalto Central.
O melhor que a direção do Einstein tem a fazer é agradecer a lembrança e tirar o time de campo.
Mas não queimar mais o seu filme.
Porque se Telê Santana tinha razão, Carlos Alberto Parreira, ao dizer que "a CBF é o Brasil que dá certo" estava redondamente enganado.

Tabelar com a CBF é meio caminho para o abismo porque, como ensina a Lei de Murphy, "se alguma coisa pode dar errado, dará".
Como Einstein sabia, mas a direção do hospital que tem seu nome ignorava, tudo é relativo.

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