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Blog do Juca Kfouri

Bayern é cirúrgico. E hexacampeão!

Juca Kfouri

23/08/2020 16h54

Tensão em Lisboa.

Tensão e cuidados.

Tensão, cuidados e xadrez.

Bayern e PSG sabiam que não podiam errar.

Se estudaram, se respeitaram e, é claro, erraram.

Não a ponto de cederem gols no primeiro tempo, porque nem Neuer, nem Navas, permitiram, além da trave francesa, que salvou um gol de Lewandowski.

Navas salvou outro, assim como Neuer evitou o de Neymar, além de outro de Mbappé, mas também porque o francês chutou fraco.

Como Di Maria mandou por cima um passe preciso de Neymar.

O PSG aproveitava melhor as falhas da defesa alemã e, com velocidade, explorava as costas de Kimmich.

Ficou pior para o Bayern quando Boateng se machucou ainda aos 25 minutos e foi trocado por Süle.

No balanço geral, o PSG saiu-se um pouco melhor que o BM.

Mas tudo ficou para o segundo tempo.

E o que era tenso virou até confusão.

Gnabry pegou Neymar, Paredes tirou satisfação e tanto o alemão quanto o argentino foram devidamente amarelados.

Então, aos 58', Kimmich pôs a bola na cabeça de Coman, que surpreendeu ao ser escalado no lugar de Perisic, e o francês fez 1 a 0 para os alemães.

Lei do ex do ponta revelado pelo PSG.

Como os alemães não são nada bonzinhos, aproveitaram o momento depressivo do PSG e foram para cima com uma sede animal.

E Thiago Silva salvou na linha fatal o segundo gol de Coman.

Aos 63', Verratti em campo, Paredes fora. O PSG precisava criar.

Phillippe Coutinho e Perisic nos lugares de Gnabry e Coman, aos 68'.

Só dava Bayern!

Mas, aos 69', Di Maria pôs Marquinhos na cara de Neuer e o goleiro salvou o empate.

Era o segundo gol de brasileiros que ele impedia. Danado, o Neuer.

Draxler dentro, Herrera fora, e o PSG achava forças para reagir e acabar com o domínio vermelho.

Aos 75', o jogo ficava dramático, com cheiro de gol, para qualquer lado.

Neymar estava mais discreto do que era desejável, mas era sempre uma possibilidade.

Aos 80', Choupo-Moting no lugar de Di Maria e Kurzawa no de Bernat.

Neymar pegou Lewandowski por trás e é amarelado, aos 82'.

Thiago Silva pegou Lewandowski pela frente e também é amarelado, aos 84'.

O PSG abriu a caixa de ferramentas, sinal de desespero de quem via o título inédito escapar e Tolisso entrar no lugar de Thiago Alcântara, dono do jogo.

O hexacampeonato tinha uma explicação simples: o Bayern é frio, metódico e cirúrgico.

Além de super, hiper talentoso.

Pela primeira vez na história da Champions, um time é campeão com 100% de aproveitamento: 11 vitórias em 11 jogos.

Parece com, parece com, com…o Bayern Munique!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/