Uma vez Flamengo? 36 vezes Flamengo!
Durante o primeiro tempo no Maracanã o Sistema Bolsonaro de Televisão anunciou diversas vezes que "só no SBT você a decisão do Campeonato Carioca".
Não era verdade.
Você poderia ver também na Fla TV, e 1.280.000 rubros-negros faziam exatamente isso.
E viam o Flamengo mandar no jogo, sem no entanto conseguir vazar o gol tricolor.

Ameaçou com chances reais pelo menos quatro vezes, embora por duas oportunidades, em contra-ataques, o Fluminense tenha criado boas chances de gol.

Difícil imaginar, no intervalo, que o Flu resistiria, ainda mais porque, a julgar pelos dois jogos anteriores, o cansaço chegaria ali pela metade da etapa final.
E o desgaste de quem correu atrás durante todos os primeiros 45 minutos deveria ser fatal.
Até porque o Fla jogava pelo empate e o Flu teria de sair mais.
Gerson gastava a bola e o Flu abusava de quebrá-la, expediente para se livrar da pressão permanente na saída de bola.
Logo aos 5 minutos o Flamengo teve de trocar Filipe Luís por Renê.
Aos 15', trocou Arrascaeta por Michael, porque quis e precisava para botar fogo que ficou morno.
Já o Flu, ao mesmo tempo, pôs Fernando Pacheco e Michel Araujo, um peruano e um uruguaio, nos lugares de Gilberto e Marcos Paulo.
Caio Paulista e Paulo Henrique Ganso no jogo, aos 27', nos lugares de Evanilson e Yago Felipe.
Aos 30' tanto Muriel quanto Diego Alves eram os chamados espectadores privilegiados da final, porque não tinham o menor trabalho, o que interessava ao Fla e não interessava ao Flu.
O 36º título carioca do Flamengo pintava lenta, segura e gradualmente.
Mais de 1 milhão e 365 mil rubro-negros seguiam firmes na TV Fla.
Aos 40', Fellipe Cardoso entrou e Dodi saiu.
No minuto seguinte, Diego, Vitinho e Gustavo Henrique, substituíram Gerson, Pedro e Rafinha.
Um Flamengo longe de ser o Flamengo de 2019, ganhava seu terceiro título em 2020.
Era só o que a Nação queria?
Não. Quer também a permanência de Jorge Jesus.
A Fla TV fechava o jogo, aos 45', com 1.397.173 espectadores, quando se anunciou mais seis minutos de acréscimos.
No minuto seguinte já eram 1.411.792…
O SBT, que bateu a Globo no Rio por 27 a 25, não anunciava mais a exclusividade. Melhor assim.
Em São Paulo, a Globo goleou por 31 a 11.
Mas melhor mesmo, para os rubro-negros, era o grito de campeão.
Que ficou ainda mais gostoso com o gol, aos 49', de Vitinho, em bola roubada por ele e desviada por Matheus Ferraz : 1 a 0!
Michael deu uma provocada final e Hudson perdeu a cabeça.
Bobagem de Hudson. Só pôs mais pilha no título do rival.
Título de bicampeonato que os jogadores rubro-negros comemoraram discretamente.

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