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Blog do Juca Kfouri

Campanha para mudar a camisa da Seleção

Juca Kfouri

14/05/2020 16h36

POR JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO*

"Diante do que temos visto de 2016 para cá e da apropriação que um grupo, parte do qual armado e com práticas truculentas, fez das cores do Brasil, o verde e amarelo, é essas cores, no momento, não nos representam.

Não representam boa parte da sociedade brasileira, aquela que ainda acredita num país melhor, democrático, humano e que trabalhe a questão da inclusão social.

O verde e amarelo e a camisa da CBF, a entidade que se apoderou da Seleção Brasileira de futebol, um patrimônio que deveria ser público mas é tratado como privado, são usadas em manifestações de ódio e contra a democracia.

Viraram, lamentavelmente, as cores da morte. Do genocídio.

Porque o que estamos vendo, a meu ver, é um genocídio: sanitário e econômico.

A camisa canarinho passou a ser usada depois da Copa de 1950, quando a branca, com gola azul, foi abandonada porque daria azar, já que perdemos a final no Maracanã para os uruguaios, deixando traumatizada a nação.

Mas traumatizados mesmo estamos agora com a agressividade de quem se veste de verde e amarelo, ataca enfermeiros e profissionais de saúde, agride jornalistas, tenta derrubar instituições e a democracia.

Converso com muita gente fora do país e o Brasil virou motivo de piada e ojeriza.

O verde e amarelo começam a lembrar símbolos do que de pior vimos na humanidade nos anos 30. Na Alemanha. Não podemos aceitar.

Que a Seleção adote um outro uniforme e uma nova camisa quando a bola voltar a rolar.

E o Brasil de branco, o branco da paz, e com gola azul. Como em 1950. E sem o atual governo que deveria renunciar.

Porque está acabando com o que resta do país e nos tornando párias mundiais. Mortes, mortes e mais mortes. E daí? E daí o cacete…"

*João Carlos Assumpção é jornalista e cineasta, e autor de Deuses da Bola: Cem Anos da Seleção Brasileira de Futebol, em parceria com Eugenio Goussinsky

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/