As críticas de Caio Ribeiro a Raí têm a ver com a política são-paulina
Quem está acostumado a ouvir Caio Ribeiro estranhou o tom de sua crítica a Raí, tão adocicado sempre foi o comentarista na TV.
Não estranharia se soubesse que o pai dele, Dorival Decoussau, é conselheiro do São Paulo, do grupo de Carlos Miguel Aidar, hoje chamado de Centrão na vida do Morumbi e aceito orgulhosamente por seus membros.
E que em fevereiro passado esteve junto a outros oposicionistas em reunião com o presidente Leco para tentar a demissão de Raí, de resto um direito.
O que não está direito é Ribeiro misturar as coisas e não ser transparente.
Como nada direito é o passado do médico e empresário Dorival Decoussau.
Em 28 de janeiro de 1985, aos 37 anos, Decoussau foi preso pela Polícia Federal, em flagrante, quando ocupava o cargo de Superintendente do Hospital Matarazzo, por fraudar guias de internação do INAMPS (hoje INSS), ocasionando prejuízo de CR$ 100 milhões mensais aos cofres públicos.
Decoussau permaneceu preso até o dia 12 de abril de 1985.
Depois, foi incurso nos artigos 155 e 171 do Código Penal, (crimes de estelionato contra a Previdência Social e formação de quadrilha).
Decoussau foi então condenado, em sentença definitiva, a 4 anos e 2 meses de reclusão, em regime semi-aberto, com posterior passagem para o regime aberto.
A recente dívida de cerca de R$ 350 mil que Ribeiro teve de arcar por ser avalista do pai, e que levou à penhora de 10% de seu salário é, portanto, café pequeno diante da vida pregressa de Decoussau.
Filhos não têm culpa do que fazem ou pensam seus pais.
Como não devem esconder do público o que os move.
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