O velhinho, Neymar e o burro
Por ROBERTO VIEIRA
Iam pela terra devastada.
Sétimo selo.
A peste negra destruía vontades, sonhos e castelos.
O velhinho tinha muito medo.
A peste colhia de preferência os idosos.
Em cada cidade que passavam, Neymar distribuía algumas moedas.
Em segredo.
As pessoas agradeciam, mas muitos que não sabiam reclamavam.
Ele não é como o Conde Messi!
Ele não é como o o Lorde Cris.
Certa manhã, diante das ruínas de uma cidade vazia.
Neymar decidiu doar cinco milhões de coroas.
Uma fortuna.
O velhinho ficou emocionado.
Contou aos menestreis, aos viajantes, aos quatro cantos do Reino.
No dia seguinte, como Neymar, o jovem Vinícius distribuiu comida.
Porque o bem também se espalha como as pandemias.
A palavra convence.
O exemplo arrasta.
Logo, mais e mais cavaleiros dividiram o que possuíam com o próximo.
Então?
Todos felizes para sempre?
Não.
O burrinho de nossa história que andava calado resolveu zurrar.
Reclamando de Neymar.
Falando mal de Vinícius.
Afirmando que fizeram a doação pra se mostrar.
Por pressão popular.
Burrinho que não se sabia.
Mas era fiscal de caridade do Reino.
Com cargo vitalício, direito a estábulo funcional e cenouras reais.
Pena que o velhinho se cansou do burro.
Deixou ele aos cuidados dos lobos famintos.
O quê?
Não gostou do final?
Problema seu.
Vai lá e salva o burro.
Acho que ainda dá tempo…
Sobre o Autor
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