São Paulo perde e pode botar na conta de Antony e Pablo
Que o São Paulo preponderaria no primeiro tempo era mais ou menos óbvio.
Problema a 3825 metros na altitude é o segundo tempo.
No primeiro, o São Paulo se impôs como quis diante da fragilidade do peruano Binacional.
Fez 1 a 0 com Pato, aos 20 minutos, em passe de Pablo e perdeu o 2 a 0 com Antony em passe de Daniel Alves.
Depois foi Pablo quem perdeu dois gols feitos, ambos ao mandar a bola a 4000 metros.
O segundo desperdício por egoísmo, porque tanto Pato quanto Antony estavam em melhores condições para fazer o 2 a 0.
Sem exagero, era para estar 4 a 0 e os gols jogados fora poderiam fazer muita falta na etapa final.
Com 4 a 0 o jogo estaria liquidado.
Certamente o Tricolor tentaria administrar os 45 minutos finais.
Mas logo aos 50 minutos, Aldair Rodriguez ganhou na corrida de Arboleda e chutou cruzado entre as pernas de Volpi para empatar 1 a 1.
Era a crônica do drama anunciado, quando a altitude entra em campo definitivamente.
Aos 67', Liziero no lugar de Pablo.
Em seguida, Toró entrou e Pato saiu.
O São Paulo sofria e o são-paulino se lembrava de Palhinha que, na campanha vitoriosa de 1992, a 3.700 metros em Oruro, na Bolívia, fez os três gols da vitória contra o boliviano San Jose.
Aos 77', de fora da área, Arango virou: 2 a 1.
Aos 84', Hernanes no jogo, Bruno Alves fora.
Os lépidos peruanos trocavam passes diante dos esfalfados brasileiros, impotentes, embora guerreiros.
Covardia da altitude.
Aos 89', Hernanes acertou belo chute para não menos bela defesa do goleiro Raul Fernández.
Dos sete brasileiros, só o São Paulo não venceu na estreia, único a jogar tão perto do céu — ou do inferno.
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