AGU contra a liberdade de expressão
Cafajestagem: se há um termo que tem sido usado com frequência na imprensa independente do país, e nas charges, para qualificar as atitudes da família Bolsonaro, é exatamente este, repita-se, cafejestagem.
Cafajestagens, como se sabe, são cometidas, em regra, por cafajestes, embora nem sempre, porque, às vezes, pode escapar uma de pessoa educada.
Mas como definir "Ela queria dar o furo", frase desferida pelo presidente da República, para desqualificar uma jornalista?
Ou "Eu não te estupro porque você não merece", para agredir uma deputada?
Ou "pergunta para sua mãe", para ofender outra jornalista e, ainda, para um jornalista, "você tem cara de homossexual terrível"?
Ocuparia centímetros intermináveis aqui citando outros exemplos desferidos pelo quarteto Bolsonaro.
Pois eis que, por não achar outro adjetivo mais adequado para se referir ao presidente que nos infelicita, o promotor de Justiça, Paulo Brondi, assim o tratou em suas redes sociais e foi reproduzido pelo blog.
Não é que a Advocacia Geral da União, a AGU, veja bem, da União, não de quem ocupa o Palácio do Planalto, resolveu abrir inquérito contra o membro do Ministério Público goiano?
A AGU no papel de censora?
Só cabe uma explicação: bajulação explícita do advogado geral da união, André Mendonça (foto), em busca de vaga no STF.
Não bastasse a insana campanha do governo federal contra a imprensa, agora a AGU se junta como braço jurídico da sanha obscurantista.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/