Valdir Espinosa (1947-2020)
Por PRI ULBRICH*
Valdir Espinosa é um dos nomes mais injustiçados do futebol brasileiro. Campeão dentro e fora dos gramados, raramente teve o devido reconhecimento pelos seus feitos e pelo que ainda poderia agregar à modalidade.
Boa praça, bom de papo e dono de causos incontáveis, seu sorriso e sua voz eram suas marcas registradas. Trazia o conhecimento do futebol "de antigamente" e se mantinha em constante atualização para não ficar pra trás no chamado futebol moderno. Não tinha vergonha em aprender e não tinha preguiça em ensinar. Qualquer guardanapo virava uma valiosa prancheta.
Ele levantava a bandeira do respeito e promovia a reflexão sobre postura e humildade. Seu lema era: que se assuma o que se é; se grande, grande; se pequeno, pequeno. E com profissionalismone planejamento, claro que o pequeno pode se tornar grande. Sempre deixou claro que o respeito começa de dentro.
Talvez, por isso, optava por não ter empresários ou agentes. Muito provavelmente, por isso, tenha permanecido longe de maiores oportunidades após deixar suas inegáveis contribuições a Grêmio e Botafogo.
E, justamente no momento em que retornava ao Botafogo, assumindo a gerência de futebol, ele nos deixa.
Ele estava feliz. E vai fazer muita falta.
*Pri Ulbrich é jornalista.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/