Rivelino e Guevara, 1968
Por ROBERTO VIEIRA
Ditadura, sim.
Mas havia um verniz de democracia.
Costa e Silva liberou eleições municipais em novembro de 1968.
Uma sobremesa pro populacho.
Deu errado.
Não havia urnas eletrônicas.
O cidadão votava na cédula e caneta.
Dois partidos.
ARENA governamental.
MDB… quase isso.
Mas o povão em São Paulo foi cruel.
Nem quis saber do próprio time.
20% de votos nulos.
Nulos, porém com o nome de um possível candidato na cédula.
Pois é.
Em terceiro lugar veio Pelé.
Pelé que foi logo dizendo.
Esse povo não sabe votar.
Em primeiro?
Che Guevara.
Líder comunista recentemente morto na Bolívia.
Em segundo lugar?
Colado em Guevara?
Um garoto chamado Roberto Rivelino.
Rivelino que trazia ao lado as letras MDB.
AI5.
Médici no poder.
Médici engolia a patada atômica com olhar enviezado.
Corinthians campeão na ditadura?
Só sem a esquerda de Rivelino.
E num outubro sinistro…
Sobre o Autor
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