A tática do morde e assopra
No futebol, como na vida, há os ativos e o reativos.
Times que se fingem de mortos, que ficam tocando a bola como se não quisessem nada, e que, de repente, atacam com quatro, cinco jogadores, e fazem o gol.
Outros ficam na defesa o mais que podem e buscam resolver os jogos por uma bola.
O presidente que hoje nos infelicita age assim: ataca, espera a repercussão, colhe os frutos de seus adeptos e recua, diz que não é bem assim, tenta minimizar as reações contrárias e segue o jogo, com o recado dado aos seu gado.
E espera que os democratas se aquietem.
Só não vê quem não quer.
A última provocação dele precisa ser a derradeira.
Aceitar a evasiva da rede pessoal será fazer o papel de avestruz.
Quem tem ódio e nojo das ditaduras deve parar de apenas reagir e tomar a ofensiva.
Devemos pressionar os poderes legislativos e judiciários para que deem uma resposta firme ao que está em marcha.
E buscar com todas as entidades democráticas do país, da ABI à OAB, estudantes e sindicatos, a Igreja e os artistas, órgãos de comunicação e intelectuais, que tomem as ruas e digam basta.
Porque na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor de nosso jardim e não dizemos nada…
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/