Era uma vez Cabeção
Por ROBERTO VIEIRA
Luiz Morais chorou.
De raiva.
O técnico Brandão sacou ele do time.
Mas como?
Gilmar era bom.
Mas Luiz era o titular.
Luiz enxugou as lágrimas e se foi.
Bangu.
Portuguesa de Desportos.
Selecionado Paulista.
Seleção brasileira.
Cruzou duas ou três vezes com Brandão.
Brandão que deixou no banco Gilmar.
Brandão que botou em campo Luiz Morais.
A torcida olhava tudo e aplaudia.
Luiz era sócio do Corinthians desde a infância.
Luiz era corintiano sem engano.
Luiz que trocou o negro pelo cinza.
Luiz que calçou luvas pela primeira vez no Brasil.
Luiz que um dia treinou o menino Walter Casagrande.
Jovem.
No mesmo velho Timão.
Luiz que entrou na história como Cabeção.
O maior goleiro corintiano do século XX.
Corintiano mesmo.
Daqueles tempos em que amor à camisa era pra toda vida.
E além…
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