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Blog do Juca Kfouri

Vasco salvo e Cruzeiro em estado desesperador

Juca Kfouri

02/12/2019 21h57

Vasco e Cruzeiro já foram protagonistas de uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro quando, em 1974, decidiram o Brasileirão.

O jogo era para ser Mineirão, mas o Cruzeiro acabou punido e a partida foi transferida para o Maracanã.

Se não bastasse, a arbitragem foi danosa ao Cruzeiro, derrotado por 2 a 1.

Hoje, em São Januário lotado por 19.314 pagantes, decidia-se menos, embora a carga dramática talvez fosse até maior.

O que é mais dramático, lutar pelo título ou não cair?

Aos cruzmaltinos uma vitória valeria a manutenção na Série A.

Já para os cruzeirenses a derrota tornaria ainda pior sua posição na zona do rebaixamento, dois pontos abaixo do Ceará.

E logo aos dez minutos, em lance que começa com desarme faltoso do Vasco, Guarín fez 1 a 0 para enlouquecer o estádio e enregelar metade das Minas Gerais.

Daí para frente o Vasco passou a administrar o desespero celeste e teve até pênalti marcado pelo assoprador de apito e bem desmarcado pelo VAR.

Para o segundo tempo o estreante Adilson Batista pôs Fred e Marquinhos Gabriel no jogo, nos lugares de Joel e Ederson.

O desespero estéril continuou mesmo diante da mediocridade cruzmaltina.

Aos 14', Fred cabeceou no chão e Fernando Miguel mandou a escanteio.

Vanderlei Luxemburgo pôs Thiago Reis no lugar de Ribamar, aos 17'.

Com a derrota cruzeirense, ao Ceará bastaria ganhar quatro dos seis pontos que tem a disputar com o Corinthians, no Castelão, e Botafogo, fora.

Nem que o Cruzeiro vença o Grêmio, fora, e o Palmeiras, servirá, porque empatará em pontos, mas perderá em número de vitórias.

Richard saiu e Felipe Bastos entrou, aos 21', no Vasco.

Pedro Rocha saiu e Ezequiel entrou no Cruzeiro, em seguida.

A sensação era a de que nem se Tostāo e Dirceu Lopes entrassem em campo o Cruzeiro empataria.

E é claro que Itair Machado e Zezé Perrela não resolveriam nada se entrassem.

Aos 33', Marrony saiu e Bruno Lopes entrou, porque Luxemburgo diz que é ofensivo, mas adora uma retranca.

Incrível como o Vasco não conseguia explorar o desespero mineiro.

Aos 41', em jogada entre Fred, Marquinhos Gabriel e Ezequiel, os três que vieram do banco, os dois primeiros construíram o empate e o terceiro chegou atrasado.

O Cruzeiro está muito perto de cair pela primeira vez.

E o Vasco não cairá pela quarta.

Vergonha para um, muito pouco para outro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/