Tricolor foi mais forte que o desbotado Colorado
Exigir bom futebol do São Paulo em sua penúltima partida na temporada seria demais para quem pouco mostrou durante o ano inteiro.
Mas jogar com o coração, sim.
E o Tricolor enfrentou o Inter como se fosse sua primeira participação na Libertadores de 2020.
Já o Inter era um arremedo de time.
Tecnicamente péssimo e desfibrado, nem parecia um time gaúcho, dominado, entregue diante do ímpeto paulista no Morumbi que não lotou nem com ingressos a 5 reais, porque o torcedor cansou. Apenas 30.822 pagantes.
Para se ter uma ideia, o Fluminense, lutando no máximo por Copa Sul-Americana, pôs 40 mil torcedores no Maracanã contra o Fortaleza.
Daí ter surgido naturalmente o 1 a 0, em passe de Igor Gomes, depois de roubada de bola de Daniel Alves, para Antony tocar no canto de Marcelo Lomba, aos 15 minutos.
Só aos 39 minutos o Inter levou perigo, quando Nonato tirou tinta da trave de Volpi.
Zé Ricardo pedia calma aos colorados, quando deveria pedir empenho.
Fernando Diniz não pedia nada, porque, suspenso, via o jogo de camarote.
Aos 44', Daniel Alves roubou a bola de Victor Cuesta e deu para Pablo perder gol certo, ao chutar em cima de Lomba.
Pablo parece ter sido um grande negócio para o…Athletico.
Já Alexandre Pato e Hernanes foram ótimos negócios para…eles.
Houve momentos de chanchada em perde e ganha bizarros no meio de campo.
2 a 0, no mínimo, era o placar moral do primeiro tempo.
E logo no terceiro minuto do segundo tempo o 2 a 0 pintou no placar em contra-ataque armado por Tchê Tchê para a velocidade de Antony, que deu para Vitor Bueno ampliar.
O Inter estava grogue, nas cordas, pronto para ser definitivamente nocauteado.
D'Alessandro e Nico Lopez nos lugares de Neilton e Nonato, aos 13'.
Faltava botar Jesus em campo.
Não o Gabriel ou o Jorge. Aquele mesmo.
Repita-se que, pelas campanhas, nem São Paulo, nem Corinthians e nem o Inter merecem estar na Libertadores.
Mas o São Paulo merecia amplamente a vitória sobre o descolorido Colorado.
Aliás, aos 20 minutos da etapa final, o 2 a 0 era pouco, porque só Lomba garantia o placar.
Mas como futebol é futebol, e não está morto quem peleia, Guerrero arrematou da entrada da área, Volpi deu rebote e Guilherme Parede diminuiu: 2 a 1.
Tinha jogo ainda.
E Liziero entrou nele no lugar de Vítor Bueno, aos 24'.
Como se irritado com a injustiça, o São Paulo não sentiu, ao contrário foi à frente em busca do terceiro gol, ao fazer valer a força de suas três cores.
Aos 36', Rafael Sóbis foi o último esforço gaúcho, no lugar de Heitor.
A verdade é que o Inter seguiu sem levar perigo ao gol são-paulino.
Antony fazia um partidaço diante dos olhos de enviados do RB Leipzig.
Luan no lugar de Pablo, aos 39'.
A torcida vaiou porque queria Pato, para que não se sabe.
Igor Gomes saiu e Toró entrou, aos 45'.
Aos 50', Lomba cabeceou e quase empatou em cobrança de escanteio.
Seria heróica injustiça.
O jogo terminou como deveria e o São Paulo ganhou a vaga direta na Libertadores.
O que fará com ela é um mistério.
Mas sejamos otimistas.
Já o Inter terá de torcer para o Goiás não vencer amanhã o Palmeiras, em Campinas.
Se vencer, o Colorado terá de vencer o Galo, no Beira-Rio, para não depender de Goias x Grêmio, no Serra Dourada.
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