A PM do Rio desrespeitou a Constituição no Nilton Santos
"Segundo o Estatuto do Torcedor, em seu artigo 13A, inciso X, é condição de permanência no estádio utilizar faixas e bandeiras apenas para manifestação festiva e amigável, logo, não será autorizada permanência no local qualquer material que faça referência a ideologia que não diga respeito ao futebol e a manifestações festivas", escreveu, em péssimo português, a Polícia Militar do Rio de Janeiro ao UOL sobre a retirada da faixa abaixo, ontem, no Estádio Nilton Santos.
Note que a faixa traz estampado o rosto de João Saldanha, botafoguense histórico e gênio da raça.
Note que a faixa não denuncia o governador Wilson Witzel, agora rubro-negro, nem Jair Bolsonaro, também botafoguense entre as várias camisas de clubes que veste.
Mas não interessa perder tempo com os dizeres da faixa, de resto óbvia.
Basta dizer que ninguém gosta de ser chamado de fascista ou se assume como tal.
Portanto, é como se fosse uma faixa a favor da luz elétrica e da água encanada ou contra o sarampo e o câncer.
Mas o que importa mesmo é que artigo nenhum de lei alguma se sobrepõe ao que está na Constituição de 1988, artigo 5, parágrafo IV:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
A PM fluminense simplesmente desrespeita a Constituição.
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