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Blog do Juca Kfouri

Sobre o eventual Flamengo x Liverpool

Juca Kfouri

25/11/2019 15h53

Como ainda não fiquei completamente maluco, esclareço o que penso sobre um eventual jogo entre o Flamengo e Liverpool, para que uma provocação feita no "Posse de Bola" não assuma ares de vaticínio.

É óbvio que os ingleses são favoritos.

Favoritaços, como diria Arnaldo Ribeiro.

Têm em Alísson o melhor goleiro do mundo, segundo a Fifa.

Em Van Dijk o melhor zagueiro do planeta.

Dois laterais decisivos e certeiros no apoio como Arnold e Robertson.

O trio de atacantes demolidor com Salah, Firmino e Mané.

Um senhor meio de campo com henderson, Fabinho e Wijnaldun.

Além de banco poderoso com o genial Jürgen Klopp no comando.

São campeões europeus, lideram a Premier League com o pé nas costas, 12 vitórias e um empate, já com oito pontos de vantagem sobre o vice-líder.

E jamais foram campeões mundiais, com duas derrotas para os brasileiros Flamengo, em 1981, e para o São Paulo, em 2005, já pelo Mundial da FIFA.

Dos cariocas levaram um baile, 3 a 0.

Dos paulistas acabaram por coroar Rogério Ceni, 1 a 0.

Perderam também para o Independiente, em 1984, 1 a 0.

Em 1977 e 1978 se negaram a disputar a Taça Intercontinental.

Além do mais, o maior rival deles, o Manchester United, já ganhou a taça duas vezes, contra o Palmeiras, em 1999, e contra a LDU, em 2008.

Veja abaixo como eles comemoraram a conquista, ao contrário do que se diz sobre a desimportância dada por eles ao Mundial.

Aposto que o Liverpool irá com tudo desta vez.

E que o Flamengo pode fazer frente, porque se times ingleses, certamente inferiores ao Rubro-Negro, endurecem contra os Reds, por que o time de Jorge Jesus deve ser descartado assim tão facilmente?

Diego Alves, Rafinha, Pablo Marí, Felipe Luís, Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Diego, Bruno Henrique e Gabigol são todos jogadores com experiência internacional, a maior parte deles na Europa, assim como Rodrigo Caio é campeão olímpico e da Seleção Brasileira.

Ora, jogo tem, por mais que os britânicos, repita-se, sejam superiores.

Fosse uma melhor de cinco jogos, de três, OK, daria Liverpool.

Mas, em jogo único, em Doha, campo neutro, por que descartar a agradável surpresa?

Sim, é verdade, o estilo agressivo do Flamengo é o preferido deles, mortais como são.

É improvável, porém, que deem o baile oferecido pelo Barcelona ao Santos, naquele 4 a 0 humilhante.

Mesmo porque nenhum jogador rubro-negro será vendido ao Liverpool antes da decisão, como aconteceu com a escandalosa contratação de Neymar.

Sem pachequismo, zero de ufanismo, que não sou chegado nisso, dá para acreditar.

Sem, também, o desgastado coro do "eu acredito", porque sem complexo de vira-latas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/