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Blog do Juca Kfouri

Santos não ganha no primeiro tempo e quase perde no segundo

Juca Kfouri

16/11/2019 18h54

Sem Soteldo, graças à estupidez da CBF que não respeita data Fifa, o Santos recebeu o São Paulo, na Vila Belmiro, e logo no sétimo minuto já estava na frente.

Arboleda fez pênalti em Evandro e Carlos Sánchez bateu com a frieza que falta a Gabriel Jesus e anotou o 1 a 0.

O Tricolor tentou reagir, mas o Santos não deu trégua e como habitualmente faz tratou de ir em busca de aumentar o placar.

Se fora de casa é assim que age, imagine na Vila.

Só que atacante venezuelano fazia falta os anfitriões levavam menos perigo do que gostariam, se aproveitando pouco dos erros de passes da defesa visitante, e também propiciavam chances aos visitantes ao falhar na saída de bola.

O San-São era bem mais fraco do que se imaginava, porque só um lado mostrava força.

O Santos assumia a vice-liderança na esperança de permanecer caso o Bahia vença o Palmeiras amanhã, em Salvador.

E de garantir vaga na Libertadores desde já se o Inter perder para o Corinthians também amanhã, em Itaquera.

Aos 36', Tiago Volpi afastou mal a bola fora da área, Sánchez a recolheu antes da intermediária e bateu como veio, mas a redonda raspou a trave.

A defesa do São Paulo parecia fazer questão de tomar o segundo gol e o ataque do Santos parecia fazer questão de não marcá-lo.

E assim chegamos ao fim do primeiro time, porque, aos 42', Evandro desperdiçou uma chance imperdível.

Jorge Sampaoli ameaçava ter um ataque de nervos à beira do gramado e Fernando Diniz agradecia ao céu por não estar tomando de 3 a 0.

É impressionante como não acontece nada com o time são-paulino, que acabou apelando para faltas seguidas, tamanha a impotência.

O time assumiu a ideia de "reinvenção" de Tite: não chutar a gol.

O São Paulo voltou com Liziero no lugar de Jucilei e, inegavelmente, disposto a empatar, conseguindo nos primeiros cinco minutos mais do que nos 45 iniciais, ainda sem fazer Éverson trabalhar, mas rondando a meta praiana.

Aos 8', porém, foi o Santos que chegou com muito perigo em jogada de Jorge que terminou com Sasha arrematando e Volpi defendendo como pôde.

A resposta veio imediata no minuto seguinte, com Daniel Alves puxando o contra-ataque, Vitor Bueno indo à linha de fundo e cruzando para o próprio Daniel Alves empatar: 1 a 1!

Enfim, San-São!

Aos 12', Éverson impediu a virada dos pés de Pablo.

Diego Pituca no jogo no lugar de Felipe Jonatan.

Com trocas rápidas de passes, o São Paulo infernizava a defesa santista, que não achava os atacantes tricolores.

Se Pablo tivesse mais força, teria desempatado aos 17'.

O jogo estava mais que aberto e mais com a cara paulistana que praiana, porque, como já disse Muricy Ramalho, a bola pune e os gols perdidos no primeiro tempo faziam falta, além de Soteldo.

Justo registrar que o Tricolor também se ressentia da ausência de Antony.

Taílson em campo, no lugar de Evandro, aos 22'.

Três minutos depois Marinho mandou por cima o segundo gol de seu time.

Aos 36', Arboleda viu Vitor Ferraz evitar a virada.

Dois minutos depois uma desnecessária fechada de tempo entre Pablo e Vitor Ferraz deu a medida da temperatura do clássico.

Jean Mota entrou e Alisson saiu, aos 41'. Sampaoli queria ganhar.

Dentro do 43º minuto, tanto o São Paulo quanto o Santos tiveram a chance do segundo gol.

Dani Alves saiu e Gabriel Sara entrou aos 45'.

Tudo somado e subtraído o 1 a 1 acabou justo, como castigo a quem não soube vencer na etapa inicial.

Melhor para o São Paulo que, enfim, fez 45 minutos dignos diante de 14.062 santistas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/