O gremista e o corintiano
Por ROBERTO VIEIRA
Não chega a ser novidade.
Políticos e ditadores virando casaca.
Mentiras se tornando verdades.
Quando repetidas aos milhares.
Ainda mais quando está em jogo a maior torcida do Brasil.
O militar dorme militar.
Gremista.
Amigo de fé de um ex-presidente do Grêmio.
E acorda transfigurado após a biriba.
Leitão, eu amo o Flamengo!
Leitão olha aquilo com olhos compreensivos.
STF.
Radinho de pilha no ouvido.
O militar agora é presidente e rubro negro.
Ai de quem publicar o contrário.
Tempos depois.
O futebol já cansado de ser outdoor.
Vem um corintiano desde criancinha.
A expressão é dele mesmo.
Confessar sua emoção flamenguista.
Emoção capaz de deixa-lo de joelhos.
Sorriso no rosto.
Negado pelo novo Fio Maravilha, mas sem perder a pose.
Água mole em pedra dura tanto bate até que subiu no trio elétrico.
Assim é o poder do futebol.
Irresistível.
Insofismável.
Noventa minutos que transformam tudo e todos.
Não esqueça.
Você só conhece um ser humano de verdade.
Na política e no futebol.
Galbraith nos dizia:
Nada é tão admirável na política como uma memória curta.
Para os políticos, o futebol é um meio.
Um meio de vida.
Um meio de se preservar no Poder.
No futebol, os meios justificam os fins.
Mesmo que o fim seja cantar sempre Flamengo eu hei de ser.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/