O dia em que “Birro Doido” impediu o milésimo gol de Pelé
Por MARCELO TORRES*
Era 16 de novembro de 1969.
O mundo vivia a expectativa pelo milésimo gol de Pelé.
O Santos jogava com o Bahia, em Salvador.
Mais de 37 mil pessoas na Fonte Nova.
Apitava a partida Arnaldo Cézar Coelho, árbitro em início de carreira.
Não houve pênalti para Pelé bater.
E a peleja terminou empatada: 1 a 1.
Naquele dia Pelé não fez gol.
E houve quem dissesse que ele não queria fazer.
Porque estaria "guardando" o gol para o Maracanã.
Mas Pelé queria fazer o gol, sim.
E só não fez porque o zagueiro Nildo "Birro Doido" não deixou.
Na jogada, o Rei passou por Baiaco, Paes, Elizeu, Advaldo e o goleiro Jurandir.
Quando tocou para o gol, apareceu um pé "salvador".
Era Birro Doido, que tirou a bola de cima da linha do gol.
"Salvador" ou "estraga-prazer"?
Uns contam que a torcida do Bahia vaiou Birro Doido.
Mas outros dizem que essa história é uma das lendas do futebol.
Herói ou anti-herói, Birro Doido entrou para a história.
Seu nome de registro era Nildon Carlos Braga Veloso.
O apelido irreverente foi dado pelo locutor esportivo Djalma Costa Lino.
Nildo jogou no Bahia de 1967 a 1971.
Antes jogara no Colo-Colo-BA, no Flu de Feira-BA e no América de Rio Preto.
Depois do Bahia teve breves passagens por Galícia-BA e Sergipe.
Foi abandonado pelo futebol em 1972, aos 29 anos de idade.
Após o fim da carreira, trabalhou em supermercado e em fábrica de água mineral.
Faleceu em 18 de outubro de 2008, aos 65 anos, em Salvador.
* Marcelo Torres é jornalista, nascido em Sátiro Dias-BA, mora em Brasília e torce pelo Vitória
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/