De que cartola saiu este Coelho, Mano?
Dyego Coelho estava lá no Corinthians cuidando da base e ouvindo o que o Fiel dizia, criado no clube que foi.
Ouvia que Boselli é o melhor dos camisas 9 alvinegros.
Que Pedrinho deveria jogar pelo meio.
E que o Corinthians deveria ser mais corajoso.
Então, escalou o argentino, pôs o menino centralizado e fez do arisco Janderson titular.
Está dando certo.
Ganhou fazendo três gols no Fortaleza e mesmo naturalmente inferior ao Palmeiras no Pacaembu, não se acovardou nos 45 minutos iniciais.
Marcou firme e por três vezes levou algum perigo ao goleiro Weverton.
Assim como, uma vez a mais, o Palmeiras foi perigoso, embora Walter não tivesse que fazer nenhuma defesa.
Ao fim da etapa inicial, o 0 a 0 desmentia quem esperava uma vitória fácil do Palmeiras, como este blogueiro.
Dudu era o nome do jogo no estádio lotado por 34.283 pagantes e 36.290 presentes.
Jogo morno, diga-se de passagem, na expectativa de um segundo tempo mais quente.
O que talvez nem interessasse ao Corinthians, mas era obrigatório para o mandante Palmeiras.
E nem bem o jogo recomeçou Walter fez uma lambança em reposição de bola que virou escanteio.
No escanteio cobrado por Scarpa na cabeça de Deyverson, o goleiro se redimiu ao fazer uma defesaça.
O Palmeiras, de fato, voltou disposto a ganhar na bola ou na raça.
E o Corinthians estava acoelhado.
A cada ataque desenhava-se o gol alviverde.
Coelho foi rápido ao perceber que a vaca estava indo para o brejo e chamou Mateus Vital, para tentar ficar a com a bola, e Clayson, aos 12'.
Tirou Pedrinho e Janderson, exatamente os meninos com quem ele trabalhou na base.
Walter trabalhava e Weverton folgava.
Mano Menezes também resolveu mexer, incomodado que estava com a falta do gol e pôs Willian Bigode no lugar de Zé Rafael, aos 20'.
Mano deveria estar se perguntando de que cartola teria saído este Coelho.
Deyverson teve o 1 a 0 à disposição e chutou por cima, segundos antes.
O Palmeiras diminuía a desvantagem em relação ao Flamengo para sete pontos, mas corria o risco de vê-la aumentar amanhã, para dez.
E o Corinthians ficava ameaçado de ser superado pelo Inter e pelo Athletico.
Deyverson deu lugar ao criticado Borja, o que anda com "dor na alma", aos 25'.
Aí, o VAR pegou um pegou pênalti de Manoel em cabeçada de Gustavo Gomes.
Scarpa bateu e Walter defendeu, aos 31'.
O Pacaembu mergulhou em silêncio sepulcral.
Vagner Love no jogo, no lugar do decepcionante Ramiro, aos 34'.
Ousadia de Coelho.
Não era um Dérbi bom de se ver, definitivamente, e embora o Palmeiras merecesse pelo menos um gol, corria o risco, sempre se corre, de sofrer um.
Scarpa saiu vaiado por alguns para Carlos Eduardo jogar, aos 39'.
Aos 40', Borja matou bonito no peito e mandou por cima de esquerda, da marca do pênalti.
No minuto seguinte o colombiano chegou um milésimo de segundo atrasado e não aproveitou o cruzamento rasteiro de Dudu.
Faltava ao Palmeiras o que sobrava ao Corinthians: sorte.
Pé de Coelho?
Aos 44', trave!
Desta vez em chute de Bruno Henrique.
A torcida esmeraldina chamava o Timão de timinho e o jogo iria aos 52'.
Até sair o gol?
Pois quase saiu, com Vagner Love…
E saiu, aos 47!
Gol de Michel, ao pegar o rebote de uma aliviada de Borja, invadir a área e soltar uma bomba indefensável.
1 a 0 para o Corinthians! Caprichos e mistérios do futebol.
Aos 48', em outro rebote de escanteio, Bruno Henrique empatou 1 a 1!
Se o empate não era justo, imagine a derrota.
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