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Blog do Juca Kfouri

A "reinvenção" de Tite é não chutar a gol

Juca Kfouri

15/11/2019 15h58

O que se viu em Riad no primeiro tempo de Brasil x Argentina foi pouco.

Muito pouco e para pouca gente no estádio em que cabem apenas 25 mil torcedores.

De fato, não foi à toa que nenhum dos quatro principais jornais brasileiros deu chamada na primeira página para o jogo na Arábia Saudita.

Viu-se, por exemplo, Gabriel Jesus sofrer um penalti tolo aos 8 minutos e chutá-lo bisonhamente para fora.

Em seguida, novo pênalti, mas para Argentina, porque Alex Sandro derrubou Messi na área.

Messi bateu e Alisson defendeu, mas o rebote caiu nos pés dele que abriu o placar: 1 a 0.

O que começou até animado seguiu modorrento.

A Seleção Brasileira nunca mais ameaçou de verdade o gol argentino e Messi fez Alisson trabalhar duas vezes.

O 1 a 0 era justo sem empolgar.

Para o segundo tempo, Tite voltou com Philippe Coutinho no lugar do inútil Lucas Paquetá.

Aos 9 minutos, nova troca: Arthur por Fabinho.

O segundo tempo continuou como o primeiro, Messi chutava e Alisson defendia.

Renan Lodi, Richarlison e Rodrygo foram entrando nos lugares de Alex Sandro, Gabriel Jesus e Willian.

Para nada, na verdade.

Porque chutar no gol de Andrada era uma impossibilidade.

Talvez seja essa a reinvenção anunciada por Tite em sua entrevista antes do jogo: não chutar a gol. É bacana…

Alisson era, disparadamente, o melhor brasileiro em campo.

A Seleção Brasileira completava sua quinta partida sem vitória e, pior que isso, sem jogar pedrinhas.

Casemiro saiu e Wesley entrou para ter o empate à disposição se não tivesse deixado a bola passar entre suas pernas.

Retrato mais acabado, impossível.

O 1 a 0 ficou barato.

Ai, Jesus!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/