A "reinvenção" de Tite é não chutar a gol
O que se viu em Riad no primeiro tempo de Brasil x Argentina foi pouco.
Muito pouco e para pouca gente no estádio em que cabem apenas 25 mil torcedores.
De fato, não foi à toa que nenhum dos quatro principais jornais brasileiros deu chamada na primeira página para o jogo na Arábia Saudita.
Viu-se, por exemplo, Gabriel Jesus sofrer um penalti tolo aos 8 minutos e chutá-lo bisonhamente para fora.
Em seguida, novo pênalti, mas para Argentina, porque Alex Sandro derrubou Messi na área.
Messi bateu e Alisson defendeu, mas o rebote caiu nos pés dele que abriu o placar: 1 a 0.
O que começou até animado seguiu modorrento.
A Seleção Brasileira nunca mais ameaçou de verdade o gol argentino e Messi fez Alisson trabalhar duas vezes.
O 1 a 0 era justo sem empolgar.
Para o segundo tempo, Tite voltou com Philippe Coutinho no lugar do inútil Lucas Paquetá.
Aos 9 minutos, nova troca: Arthur por Fabinho.
O segundo tempo continuou como o primeiro, Messi chutava e Alisson defendia.
Renan Lodi, Richarlison e Rodrygo foram entrando nos lugares de Alex Sandro, Gabriel Jesus e Willian.
Para nada, na verdade.
Porque chutar no gol de Andrada era uma impossibilidade.
Talvez seja essa a reinvenção anunciada por Tite em sua entrevista antes do jogo: não chutar a gol. É bacana…
Alisson era, disparadamente, o melhor brasileiro em campo.
A Seleção Brasileira completava sua quinta partida sem vitória e, pior que isso, sem jogar pedrinhas.
Casemiro saiu e Wesley entrou para ter o empate à disposição se não tivesse deixado a bola passar entre suas pernas.
Retrato mais acabado, impossível.
O 1 a 0 ficou barato.
Ai, Jesus!
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