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Blog do Juca Kfouri

No Majestoso, ganhou quem quis vencer

Juca Kfouri

13/10/2019 19h55

Quando o Majestoso começou no Morumbi as propostas eram muito claras: Fernando Diniz queria vencer e Fábio Carille queria empatar.

Então, o São Paulo atacava e o Corinthians se defendia.

Só que o Tricolor não tinha jogadas pelas pontas e o Alvinegro errava passes até de lado.

Antony fazia falta. Pedrinho também.

Nada a ver com Athletico x Flamengo, outro esporte.

O jeito era chutar de fora da área e Reinaldo fez isso, aos 16 minutos, para acertar a trave de Cássio.

Com metade do primeiro tempo, Milton Leite informava que a bola rolava 80% do tempo, uma raridade no Brasil. O problema era que rolava mal.

Aos 32', Vagner Love conseguiu acertar um passe para Clayson que ficou na cara de Thiago Volpi e se atrapalhou todo a ponto de sair com a bola pela linha de fundo.

Muito desagradável!

O Corinthians insistia em dar a bola para o São Paulo, mas o rival não sabia o que fazer com ela.

Era realmente decepcionante. O Majestoso…

Tanto que deram um minuto apenas de acréscimos e olhe lá.

Nem o assoprador de apito estava aguentando.

Quer um adjetivo para o primeiro tempo?

D E S E S P E R A D O R!

Com menos de um minuto, e pelo lado esquerdo, Vitor Bueno acertou o cocoruto do travessão corintiano, embora tenha tentado cruzar.

O São Paulo foi para a pressão e explorando os lados como deveria ter feito desde o início do jogo.

Só um time continuava a querer vencer. O outro queria que o jogo acabasse com os três pontos que tem à frente do São Paulo.

Nem parecia uma disputa pelo quarto lugar do Brasileirão.

O ex-Soberano contra o Horroroso Timão…

Então, aos 14', saiu Clayson e entrou Janderson, o que rima, mas…soluciona?

Aos 17', o Morumbi clamava por Igor Gomes.

Aos 18', Fernando Diniz atendeu.

Ainda antes que ele entrasse, Manoel fez pênalti em Vitor Bueno, em bela enfiada de bola de Hernanes, mas em lance precedido por falta de Liziero em Danilo Avelar.

Reinaldo fez 1 a 0.

Se era justo?

Era mais que justo!

Mais um gol e o São Paulo tomaria o quarto lugar do rival.

Hernanes saiu para Igor Gomes jogar.

E saiu com a missão cumprida, autor do passe para o pênalti.

Régis substituiu Vagner Love, que antes de sair de campo teve de sair do bolso de Arboleda. Conseguiu.

Aí, com a vantagem, e com a posse de bola ao estilo Fernando Diniz, o Tricolor começou a sobrar e por pouco Tchê Tchê não saiu na cara de Cássio.

O Morumbi cantava como há tempos não se via.

O Corinthians, é claro, tentou atacar, mas parece ter perdido a embocadura.

Como é que se faz mesmo para atacar?

A solução alvinegra foi o poste Gustagol enquanto o São Paulo buscava o segundo gol em contra-ataques, aos 33'. Matheus Jesus saiu.

O jogador mais inteligente do Corinthians é Boselli, mas seus companheiros não conseguem entendê-lo.

O menino Gabriel Sara entrou no jogo aos 38', no lugar Vitor Bueno.

Aos 41', Igor Gomes perdeu um gol imperdível, o que valeria o quarto lugar.

O 1 a 0 estava baratíssimo para o Corinthians, que se mantinha no G4 graças a um gol a mais no saldo.

Para se ver a ruindade de ambos em matéria de ataques.

Luan saiu, Hudson entrou, aos 43'.

37.561 torcedores saíram felizes do Morumbi.

Pelo resultado, bem entendido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/