Mosqueteiros não acertam o alvo
Só havia uma dúvida na Arena Grêmio: quando sairia o gol do Grêmio?
Não que fosse uma pressão avassaladora, mas a suficiente para deixar permanente a sensação de iminência da abertura do placar.
Com Maicon no meio de campo o tricolor gaúcho é outra coisa.
O Corinthians até que, no comecinho do jogo, pareceu querer jogar de igual para igual, mas logo se deu conta de que não poderia.
E tratou de sofrer, algo que sabe fazer.
Sorte do Corinthians que Diego Tardelli não estava em campo, mas André.
E a resposta ficou para o segundo tempo.
O primeiro foi de um time só.
O Corinthians corria o risco de Renato Portaluppi voltar com Tardelli.
Mas não voltou.
Ninguém mexeu, embora Fábio Carille não tivesse mesmo muito com o que mexer.
E o segundo tempo começou exatamente como o primeiro terminou: com o Grêmio rondando a área alvinegra e a defesa corintiana resistindo bravamente.
Até quando?
Mas não é que em sete minutos deu duas pontadas na área gremista?
A TV mostrou Carille com um ar de quem diz: "Aqui é Corinthians!".
O Grêmio errava muito ao tentar entrar pelo meio da defesa paulista, onde Ralf, Manoel e Gil são barreira dura de atravessar.
Estranhamente Everton era pouco acionado pela esquerda.
Porque a verdade era a de que Cássio pouco trabalhava.
Paulo Victor, então, zero, diante de 16 mil torcedores.
Aí, aos 17 minutos, Clayson saiu e Boselli entrou.
Carille queria ganhar?
Aos 20', a primeira defesa de Paulo Victor, em cabeçada colocada do argentino.
A troca talvez tenha despertado o banco gaúcho que providenciou a tardia entrada de Tardelli, no lugar do malemolente André, aos 22'.
A tempo de ver Fagner quase abrir o placar, na melhor oportunidade da partida, em chute cruzado bem neutralizado pelo goleiro gremista.
Em seguida, Sornoza deu o primeiro gol para Everton, que chutou acossado e perdeu o gol, em desvio a escanteio não observado pelo assoprador de apito.
O Cebolinha reclamou com razão e recebeu o terceiro cartão amarelo. Durma-se!
Aos 29', Maicon saiu aplaudido e entrou Thaciano.
Faltavam 15 minutos e a perguntava mudava: o Grêmio não vai fazer nem um golzinho?
Para o Corinthians estava de bom tamanho.
Pepê no lugar de Léo Moura, aos 32', e Jadson no de Vagner Love.
A troca gremista se justificava plenamente. A do Corinthians nem por isso.
Em Itaquera os Mosqueteiros empataram sem gols.
Repetiam a dose em Porto Alegre quando o jogo chegou aos 40'.
24º empate na história de 36 vitórias gaúchas e 32 paulistas.
No Brasileirão, 15º, com 28 triunfos tricolores e 20 alvinegros.
Janderson ainda foi para o jogo no lugar de Mateus Vital, aos 41'.
Quando os Mosqueteiros guardaram suas armas havia um ar de indisfarçável decepção na Arena Grêmio.
Para o Corinthians, que permanece em quarto lugar, foi bom.
Para o Grêmio, muito ruim.
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