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Blog do Juca Kfouri

Flamengo impiedoso e espetacular

Juca Kfouri

23/10/2019 23h22

Jogo de gente grande.

De xadrez.

Cuidadoso, um esperando o outro piscar.

E Everton Ribeiro piscou primeiro, errou na saída de bola, o Grêmio se aproveitou, a bola parou nos pés dele, Everton Cebolinha, que cruzou rasteiro para Diego Alves desviar e Maicon quase marcar, impedido por Felipe Luís, aos 18 minutos.

Depois foi a vez de Bruno Henrique se antecipar a Paulo Miranda e, de peixinho, tirar lasca da trave.

À medida que o fim do primeiro tempo se aproximava o Flamengo criava mais, Paulo Vítor trabalhava bastante, e bem, com duas defesas importantes, até que não foi capaz de segurar um arremate cruzado de Gabigol e Bruno Henrique pegou o rebote para fazer 1 a 0, aos 41'.

Diga-se que Bruno Henrique pegou o rebote num lance que ele começou ao arrancar da intermediária, dar a bola ao Gabigol e aproveitar a falha do goleiro gremista.

Nada a contestar, nada a reclamar a não ser a deprimente triangulação entre Galvão Bueno, Júnior e Caio anunciando desconto em pedido de comida. Triste.

Saudades do Mestre Armando Nogueira.

O futebol não era entusiasmante, mas o clássico brasileiro era bem melhor que o mostrado ontem pelos argentinos.

E o Maracanã estava mais bonito que a Bombonera.

Faltava o segundo tempo para o Grêmio matar ou morrer.

Pois morreu antes do primeiro minuto, fruto de escanteio provocado por Bruno Henrique ao roubar a bola de Geromel. Na cobrança, Gabigol pegou um tirambaço para botar o Flamengo na final e abrir a possibilidade de um massacre.

Que veio aos 52, com pênalti em Bruno Henrique convertido por Gabigol,

Tudo que não se esperava era uma goleada e ela estava desenhada.

Terminou colorida por Pablo Marí e Rodrigo Caio com dois gols de cabeça para fazer 5 a 0!

Dava pena do Grêmio.

Dava vontade de pedir a Jorge Jesus para que ele mandasse parar porque, afinal, ali estava um tricampeão da Libertadores, massacrado diante de 70 mil torcedores.

A expressão de Renato Portaluppi dizia tudo.

Até Diego voltou para participar da festa.

Uma noite histórica no Maracanã.

Que jogão será contra o River Plate.

Como é bom ver o Flamengo jogar!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/