Empate com ar de alívio para o Corinthians
Durante os primeiros 15 minutos de jogo em Itaquera o Athletico simplesmente massacrou o Corinthians.
Perdeu dois gols inimagináveis, em bobagem de Cássio ao sair com os pés, com furada de Cittadini e chute por cima de Cirino, aos 4 minutos.
Depois, Gil salvou outro gol, em arremate de Léo Pereira, aos 10'.
Então, aos 15', Rony deu de graça um escanteio ao Corinthians, Clayson bateu aberto e Gil deu um chute com a cabeça para fazer 1 a 0, numa dessas injustiças que só o futebol é capaz de fazer.
Sem Santos, Bruno Guimarães, Nikão e Marco Ruben, o Furacão varria o Itaquerão, à meia boca, com apenas 22.736 pagantes.
Sem Pedrinho, o Corinthians não existia e sua defesa, a melhor do Brasileiro, era envolvida a cada ataque paranaense.
O empate não demorou a chegar.
Depois de Cirino permitir que Cássio evitasse o 1 a 1 aos 20', Cittadini, aos 24', empatou.
Era tão justo, mas tão justo, que era injusto porque, na verdade, era para estar 3 a 0 para o Athletico.
Tiago Nunes punha Fábio Carille no bolso.
E o 2 a 1 veio em bobeada de Manoel que Erick aproveitou, aos 32'.
A vitória era justa, o placar não, porque ainda era pouco.
Basta dizer que até dois milagres seguidos do goleiro atleticano reserva, Léo, se não tivessem acontecido daria no mesmo, porque o ataque corintiano estava impedido.
De Cássio a Carille, passando pelo time alvinegro inteiro, e mais toda a Fiel torcida, agradeciam aos deuses dos estádios porque o primeiro tempo terminava só com 2 a 1.
Mas, aos 47', outra bola parada de Clayson na área rubro-negra confundiu a defesa paranaense e Boselli empatou 2 a 2.
Ah, o futebol, quantas injustiças não são cometidas em seu nome?
Era difícil imaginar que o segundo tempo mostrasse a mesma superioridade dos visitantes.
E o Corinthians, embora mandante, tratou de tentar quebrar o ritmo do jogo.
Então, os dez primeiros minutos foram sem maiores emoções.
Cá entre nós, para o Corinthians, o empate era ótimo negócio.
Mas, aos 11', Vagner Love viu Léo crescer para cima dele e perdeu o 3 a 2.
No minuto seguinte, a jogada mais bonita do jogo: Thonny Anderson fez um frege na defesa corintiana, deixou dois ou três pelo caminho e viu Cássio fazer milagre.
Aos 16', Ramiro deu lugar a Renê Júnior, voltando depois de longo e tenebroso inverno.
Verdade seja dita, Carille conseguiu conter a volúpia de Nunes.
Vitinho no lugar de Rony, aos 27'.
O Corinthians mantinha a duras penas sua invencibilidade em casa e livrava três pontos sobre o São Paulo, com quem jogará no domingo, no Morumbi.
Gustagol substituiu Boselli aos 32', quando o Athletico tinha 60% de posse de bola.
O campeão da Copa do Brasil reinava em terreiro alheio, como já fizera na Fonte Nova, no domingo passado, contra o Bahia.
Lucho Gonzalez em campo, aos 35', Erick fora.
Aos 37', Régis no lugar de Clayson.
No caso, dadas as circunstâncias do jogo, Carille fazia bem em tentar garantir um ponto nas mãos que três voando.
Brian Romero foi a última troca rubro-negra, no lugar de Thonny Anderson, aos 42'.
O empate caiu do céu para o Alvinegro porque o Athletico, como o Flamengo, Santos e Grêmio, mesmo tão desfalcado, joga futebol contemporâneo.
E mereceu vencer.
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