Grêmio arranca empate improvável
Que segurança, que confiança, que personalidade a do Flamengo numa Arena Grêmio de arrepiar.
Pressionou o tricampeão continental desde o começo do jogo como se estivesse no Maracanã.
Nos primeiros dez minutos teve quase 70% de posse de bola e criou duas chances de gol, uma delas, com De Arrascaeta, muito clara, a de Bruno Henrique, de fora da área, por um triz.
Em 15 minutos, quatro faltas, todas gaúchas.
Quando o Flamengo fez a primeira, aos 16', Rodrigo Caio levou o amarelo por atingir Tardelli por trás.
Aos 19', gol do Flamengo!
Éverton Ribeiro pegou o rebote de Paulo Victor e fez o gol de falta da área, mas Gabigol havia empurrado Kannemann e o VAR anulou o gol.
Azar carioca porque o gol sairia independentemente do empurrão.
Paulo Victor errara gravemente no cruzamento de Filipe Luís.
Aos 25', foi a vez de Gabigol fazer 1 a 0, mas, em impedimento?
O VAR disse que sim, em lance de Paulo Victor com mão mole e de impedimento milimétrico.
Em bom português, o Flamengo massacrava o Grêmio, independentemente do VAR.
Alugava meio de campo gaúcho e não deixava os donos da casa respirarem.
Aos 30' a impressão que se tinha era a de que o Grêmio rezava para o primeiro tempo acabar.
Renato Portaluppi estava à beira de um ataque de nervos à beira do gramado.
A torcida tricolor procurava empurrar seu time, em vão.
Michel pisou em Gerson e deveria ser expulso, aos 40', mas recebeu só o amarelo.
O argentino Néstor Pitana, apitador da final da última Copa do Mundo, foi caseiro ao revisar o lance.
Diego Tardelli, aos 44', também foi amarelado.
O 0 a 0 era como uma bênção ao Grêmio, que truncava a partida com faltas seguidas, enfeando o que começou tão bonito, para o Flamengo, é verdade.
Era improvável que o Grêmio fosse tão dominado no segundo tempo.
Everton pouco pegou na bola e Diego Alves simplesmente não pegou.
Os times voltaram sem mudanças e o Grêmio catimbando.
Mais mobilizado, o Tricolor equilibrou a etapa final, mas com péssima pontaria.
De todo jeito, deixou de ser acuado.
Diego Tardelli punha toda sua experiência em campo e Gabigol, aos 60', da entrada da área, tirou lasca da trave.
Aos 62', Diego Alves fez sua primeira intervenção na partida, ao cortar cruzamento perigoso e, no minuto seguinte, uma ótima defesa em passe de Luan e chute de Everton.
Aos 64', de novo, ótima defesa dele em chute de Matheus Henrique de fora da área.
Epa, tchê, tínhamos jogo! Dos dois lados, mais dos anfitriões.
O Flamengo tratou de tentar quebrar o ritmo gremista e depois de longa troca de passes, cruzamento da direita por De Arrascaeta na cabeça de Bruno Henrique e, enfim, 1 a 0 no placar, sem VAR, aos 68'.
Exatamente quando o Grêmio era melhor, embora a vantagem carioca fosse mais que justa, pela produção na primeira metade do jogo.
Imediatamente Jorge Jesus pôs Piris da Mota no lugar de Gerson, com câimbras.
Renato Portaluppi trocou Tardelli por André, coisa que eu jamais faria a menos que Tardelli pedisse, aos 78'.
Aos 80', novo gol de Gabigol sob o VAR foi anulado.
Maicon no lugar de Michel e Pepê no de Alisson, aos 81'.
Como se dizia antigamente, o Grêmio queimava seus últimos cartuchos.
E vá queimá-los bem lá na rua da Praia.
Maicon abriu para Everton na direita, o Cebolinha bateu rasteiro e Pepê empapatou o jogo quando parecia improvável, aos 87'.
Filipe Luís se machucou e Renê entrou, assim como Vitinho no lugar de Bruno Henrique.
Aliás, o lateral estava caído no campo do Grêmio quando saiu o gol dos pés de Everton pela direita.
Que venha o Maracanã.
Pena que só daqui a três longas semanas.
O Flamengo é o favorito, joga pelo 0 a 0, mas o Grêmio é o Imortal.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/