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Blog do Juca Kfouri

Luiz Adriano vive a noite sonhada por Borja e Deyverson

Juca Kfouri

10/09/2019 22h49


No jogo contra o Fortaleza, no Castelão, o goleiro Muriel, do Fluminense, fez pelo menos meia-dúzia de defesas importantes, no sábado passado.

Hoje, na casa verde, com um minuto, o goleiro precisou se virar para evitar o gol de Scarpa, impedindo que a lei do ex desse o ar de sua graça.

Mas nada pôde fazer aos 8', quando Diogo Barbosa desceu livre pela esquerda e carimbou a trave carioca, para Luiz Adriano apenas aparar o rebote e abrir o placar: 1 a 0, com facilidade.

Estava tão tranquilo que o Palmeiras meio que se desinteressou do jogo, longe de ser a atitude mais inteligente, porque uma goleada serviria como água gelada na fervura.

E o Fluminense que começou o jogo timidamente, consciente de sua inferioridade abissal, começou a se aventurar.

Mano Menezes queria o time trocando passes, mas o time não está acostumado a trocar passes.

Aos 33', Scarpa perdeu gol feito, ao chutar em cima de Muriel.

Era só forçar um pouquinho que o segundo gol sairia.

Mas três minutos depois, Paulo Henrique Ganso pôs João Pedro na cara de Fernando Prass e foi a vez do garoto perder gol imperdível, daqueles que, se não a avó, o pai dele faria.

Antes, o Flu jogava com personalidade e perdia gols.

Agora, joga sem e…perde gols.

O primeiro tempo terminou de maneira melancólica, como joguinho mequetrefe, mas com o Palmeiras a apenas um ponto do Santos e três do Flamengo.

Como Flamengo e Santos jogarão entre si no sábado, e o Palmeiras receberá, também no sábado, o desmilinguido Cruzeiro, tudo indica que o Verdão terminará o primeiro turno ainda mais bem colocado, em segundo lugar.

Já o Flu segue na zona do rebaixamento e terá o Corinthians, no Mané Garrincha, no domingo, típico de quem cair, por abrir mão do Maracanã e jogar com torcida contra em Brasília.

Está certo que fazia calor em São Paulo, mas nem isso justificava a lentidão dos dois times.

Mas, é claro, faltava o segundo tempo do jogo que completava a 16ª rodada.

E o Palmeiras dava sopa para o azar ao correr riscos que não precisava, permitindo que o Flu o atacasse em busca do empate.

Oswaldo Oliveira teve de sacar Wellington Nem logo aos 10', machucado, e pôs Marcos Paulo em seu lugar.

Mano Menezes a tudo via impassível, talvez impassível demais diante da atuação preguiçosa de seu time.

Só que, aos 12', Dudu desceu livre pela direita e cruzou rasteiro para Luiz Adriano fazer mais um gol com extrema facilidade: 2 a 0.

O Fluminense é uma piada e o Palmeiras precisa mostrar que está à altura de brigar com o Flamengo, coisa que ainda não mostrou — e nem se poderia exigir de Mano Menezes.

Numa virada de jogo para Marcos Rocha, o lateral cruzou na cabeça de Luiz Adriano e ele fez o triplete: 3 a 0.

Fez o triplete e se emocionou.

Borja e Deyverson sempre sonharam com uma noite assim e chances não faltaram.

Celso Barros talvez esteja pensando em trazer Fred para as Laranjeiras.

Como técnico…

Para descansar Luiz Adriano e Bruno Henrique, Borja e Thiago Santos entraram aos 23'.

Se o Palmeiras quisesse marcaria o quarto, o quinto e o sexto gols.

Mas bastaria querer jogar futebol mais agradável de se ver, embora não caiba reclamar de vitória tão categórica. Basta dizer que o Corinthians, que vem logo atrás, em quarto lugar, jogou duas vezes com o Flu e apenas empatou pela Copa do Brasil.

Scarpa saiu e Rafael Veiga entrou, aos 33'.

Como era de se prever, a tabela foi generosa com Mano Menezes, ao ter como seus três primeiros adversários o Goiás, o Fluminense e o Cruzeiro, todos mais perto da ZR que do G6.

Falta só uma boa vitória contra o Palestra mineiro para que ele afaste as desconfianças da exigente torcida alviverde.

27.956 torcedores viram a fácil vitória palmeirense

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/