Grêmio sobra num jogaço na Vila
Diferentemente do que gosta de dizer Renato Portaluppi, o Grêmio foi incapaz de impor seu estilo ao jogar contra o Santos na Vila Belmiro.
A ponto de o jogo chegar aos 30 minutos sem nenhuma finalização gaúcha contra uma dezena de santistas.
Duas delas, no 15º minuto, que proporcionaram duas defesaças de Paulo Victor, em chutes de Pituca e de, no rebote, de Soteldo.
O Santos pintava e bordava no gramado molhado pela chuva da Vila.
A exemplo do jogo da tarde, no Mineirão, o clássico entre os dois tricampeões continentais cumpria com o que prometia.
Renato estava uma pistola com a atuação do time dele e Jorge Sampaoli com a da arbitragem, a ponto de ser amarelado, para variar.
Era daqueles 0 a 0 que não chateiam, bem ao contrário.
Aos 40', David Braz, enfrentando seu ex-time pela primeira vez, salvou o gol ao dividir com Sasha, algo que o levantador de bandeirinha não observou ao dar tiro de meta para o Grêmio em vez de escanteio para o Santos.
Só aos 42' os gaúchos ameaçaram, quando Éverton saiu mal do gol e Everton Cebolinha errou a cabeçada.
Carlos Sánchez gastava a bola no meio de campo praiano e Matheus Henrique não deixava por menos no gaúcho.
Aos 47', Michel teve a chance do gol gremista, mas bateu fraco para defesa de Éverson.
Que o segundo tempo fosse tão bom, com gols, se possível.
Com Juninho Capixaba no lugar de Cortez, o Grêmio voltou mais aceso e logo no início Cebolinha desperdiçou ótimo contra-ataque armado para Matheus Henrique.
E, aos 9', Luan abriu o placar ao se aproveitar de bola rebatida na barreira em cobrança de falta por Galhardo.
Estabelecia-se a diferença crucial entre o Santos e times como o Grêmio, o Flamengo ou o Palmeiras: o talento.
O jogo de bom que era passou a ser frenético porque o Santos não aceitava a derrota e pôs Uribe no lugar de Marinho.
Aos 18', Éverson evitou um golaço de Matheus Henrique.
Diego Tardelli saiu, Thaciano entrou, assim como Luís Felipe para entrada de Felipe Jonatan.
O sábado de futebol terminava com chave de ouro.
Lutava-se pela bola como pelo prato de comida, em homenagem a Nenen Prancha.
O Grêmio não queria saber de defender o resultado, mas de ampliá-lo. E o Santos não parava de ameaçar o empate. Que jogo!
Lances de gol se sucediam dos dois lados, incessantemente.
Soteldo de um lado, Cebolinha do outro, infernizam as defesas.
Lucas Venuto no Santos, no lugar de Sánchez, Pepê no de Luan, no Grêmio, aos 32'.
O Grêmio perdia chances em cima de chances de liquidar o jogo e o Santos não ficava atrás para empatar.
Daqueles jogos em que ninguém merece perder.
Mais: em que os dois merecem vencer.
Até que, aos 42', em novo contra-ataque armado por Matheus Henrique, que joia!, Pepê decretou o fim da fatura: 2 a 0.
Cruel, Everton Cebolinha ainda fez 3 a 0, aos 48'.
Não que o placar espelhe o jogo, mas não há o que contestar.
O Grêmio sobe ao sétimo lugar, diante de 10.898 pagantes.
O Flamengo agradece.
E terá de se preparar muito para enfrentar o Grêmio na Libertadores.
Havia mais de um ano que o Santos não perdia em casa.
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