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Blog do Juca Kfouri

Gre-Nal?! Athletico e quem?

Juca Kfouri

04/09/2019 21h15

Desde que começou o jogo na enlouquecida Arena da Baixada, parecia mesmo que não seria a noite do Grêmio.

Porque de cara, aos 4 minutos, houve pênalti de Wellington em cabeçada de Geromel e o assoprador de apito amarelou na casa do infrator e mandou seguir o jogo depois de olhar a imagem.

Caso o Grêmio fizesse 1 a 0 a vaga para as finais da Copa do Brasil estaria praticamente liqüidada.

Se não bastasse, em seguida, o Grêmio perdeu o lateral-direito Leonardo, trocado por Galhardo.

Mas enquanto o Tricolor tinha dez, o Athletico desceu exatamente pela esquerda com Rony que passou para Bruno Guimarães acertar uma bomba no travessão; o rebote sobrou para Nikão abrir o placar, aos 16'.

Era tudo que o Furacão queria e o que o Grêmio deveria ter evitado.

Porque a Arena virou um inferno.

Jogo pegadíssimo!

Não bastasse a lesão de Leonardo, o time gaúcho se ressentia da ausência de Maicon, no meio de campo e, ainda mais, de Everton no ataque.

Enquanto o Tricolor se defendia, o Rubro-Negro atacava com tudo e mais um pouco, mas não foi capaz de fazer o segundo gol ainda no primeiro tempo.

Coisa que Léo Cittadini quase conseguiu no segundo minuto da etapa final.

E que Marco Ruben conseguiu no terceiro minuto ao cabecear passe perfeito de Rony: 2 a 0, como em Porto Alegre.

O Paranaense já tinha os pênaltis garantidos, mas tudo indicava que nem precisaria deles, tamanha sua superioridade e vontade.

Kannemann deu entrada violenta em Cittadini em contra-ataque puxado pelo atleticano e acabou expulso de campo, o que obrigou Renato Portaluppi a tirar André pada entrada de David Braz, aos 17'.

Se 11 contra 11 estava quase impossível para o Grêmio, com um a menos parecia favas contadas para o Furacão.

Em seguida, parecia mentira, David Braz diminuiu, mas, mais que parecer, era mesmo mentira, porque o zagueiro que acabara de entrar estava claramente impedido.

Tiago Nunes não estava para brincadeiras e chamou Marcelo Cirino para o lugar de Wellington e Vitinho para o de Rony, aos 29'.

Com o Grêmio espremido em seu campo, Thaciano foi para o jogo, no lugar de Jean Pyerre, aos 34'.

Os gaúchos dependiam de um milagre para evitar os pênaltis e os paranaenses apenas de manter a pressão para fazer o terceiro gol.

Aos 39', David Braz quase conseguiu que Marco Ruben marcasse contra, gol evitado pelo goleiro Santos, com reflexo apurado.

Para tanto, Lucho Gonzalez também chegou, aos 41', no lugar de Cittadini, diante de 28.841 torcedores, prova de que nem o atleticano acreditava no que estava acontecendo.

Pouco mais de dois mil gremistas incentivam o time para resistir até o fim e ir à marca da cal.

Aos 47', Cirino teve a chance de cabeça, mas errou na potência e no modo de cabecear.

E vieram os pênaltis.

O governador gaúcho, Eduardo Leite, jamais confessará, mas, torcedor do Brasil de Pelotas, torcia secretamente para que não houvesse o Gre-Nal bombástico.

Bruno Guimarães, que jogou uma barbaridade, bateu o primeiro pênalti e fez 1 a 0, com categoria.

Galhardo, que não foi bem como substituto de Leonardo, empatou 1 a 1.

O Beira-Rio lotado torcia por Lucho Gonzalez que fez 2 a 1.

David Braz, que jogou no Santos, nem ligou para o goleiro Santos, e fez 2 a 2.

Nikão, autor do 1 a 0, fez 3 a 2.

Os goleiros não tinham a menor chance.

Alisson fez 3 a 3.

Cirino fez 4 a 3.

Pênaltis perfeitos!

Matheus empatou 4 a 4, mas Santos tocou na bola.

Marco Ruben, autor do 2 a 0, fez 5 a 4.

O garoto Pepê bateu e Santos pegou!!!!!

Ao Grêmio restou a Libertadores, o que não é pouco, na busca pelo tetra.

O Furacão vai em busca do título inédito depois de eliminar os dois brasileiros classificados para as semifinais da Libertadores.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/