Furacão tira o fôlego do valente Peixe
Sem Derlis González e, sobretudo, os imprescindíveis Jorge e Soteldo, o Santos recebeu o Athletico reserva para permanecer com o mesmo número de pontos do Flamengo, uma façanha que dispensa explicações.
A Vila estava lotada por 12.569 torcedores.
Sem dinheiro, o Santos teve de recorrer a jogadores sul-americanos que, como Jorge, o desfalcam seriamente em datas FIFA, coisa que nenhum planejamento dá jeito no calendário burro da CBF.
Já o Furacão fez a natural opção pela Copa do Brasil, torneio que jamais ganhou e que premia mais que o Brasileirão, outra burrice da Casa Bandida do Futebol.
A tarde estava belíssima e convidativa para um bom jogo, apesar de tudo.
E o começo do jogo foi todo de um time só, o anfitrião.
Até o 12º minuto o Furacão não conseguiu trocar mais de quatro passes seguidos, tamanha a pressão alta santista.
Mas a menor tonelagem de talento impedia a criação de melhores oportunidades para fazer o gol.
O primeiro arremate paranaense só aconteceu aos 27' e por cima.
Mas o segundo e o terceiro só não resultaram em gol porque Everson fez dois milagres seguidos em chutes de Thonny Anderson e Vitinho, o primeiro até que fraco, o segundo uma bomba à queima-roupa, aos 33'.
Paulatinamente o Santos, errando passes em demasia, desaparecia, e o Athletico tomava conta.
Então, aos 41', em excelente troca de passes atleticana, Braian Romero apareceu atrás da zaga para fazer 1 a 0 e gelar a espinha da Vila Belmiro.
Aos 45', Uribe quase empatou, em bola que ainda beijou a trave depois de Léo tentar a defesa.
o intervalo chegou com a vantagem do visitante, incontestável, diga-se de passagem, porque, nos acréscimos, por muito pouco, em bola desviada, o rubro-negro não ampliou.
A tranquilidade de Tiago Nunes contrastava com a irritação de Jorge Sampaoli.
O segundo tempo começou frenético com oportunidades divididas desde o início e uma defesa salvadora de Léo em cabeçada de Gustavo Henrique.
O Santos não se conformava com a derrota e o Athletico tinha dificuldade para manter a vitória, mas o tempo passava e o empate não saía.
O jogo completava uma hora quando Sampaoli trocou Jean Mota por Lucas Venuto e Tiago Nunes pôs Tomás Andrade no lugar de Everton Felipe, além de Abner no de Adriano.
Venuto fazia o papel de uma espécie de cover de Soteldo, com 1,64m, quatro centímetros a mais que o venezuelano
E o Santos já fazia para empatar, mas não empatava e perdia sua invencibilidade como mandante.
Aos 33', Léo fez novo milagre em cabeçada de Veríssimo e, aos 34', Uribe cabeceou para fora uma bola imperdível.
Erick e Pará foram para o jogo nos lugares de Lucho González e Aguilar, um para cada lado, é claro.
Aos 42', Marinho, um leão, foi derrubado na área e o VAR flagrou.
Sanchez bateu e empatou para, ao menos, manter a invencibilidade de um ano na Vila: 1 a 1. Justíssimo.
Mas é indiscutivel a prevista virada de fio do Peixe na maratona do Brasileirão, pela falta de peças no elenco.
Sampaoli e Nunes discutiram feio nos bancos.
O Santos terá o Flamengo pela frente no sábado que vem, no Rio.
A diferença deve ir para cinco pontos.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/