A Dança de Cadeiras do Futebol Brasileiro
Por ALMIR MOURA*
Inspirada no poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade
Fluzão amava o Diniz que incomodava o Mengão
que aturava Abelão que admirava o Cruzeiro
que boicotava o Rogério que amava o Fortaleza
que aturava Zé Ricardo que se preocupava com o Ceni que amava o São Paulo
que aturava Alexi Stival – o Cuca – que respeitava o Cruzeiro
que aturava Mano Menezes que paquerava o Palmeiras
que aturava Felipão que conhecia o Marcão que amava o Fluminense
que aturava Oswaldinho
que não era amado por ninguém.
Diniz foi para o São Paulo, Rogério para o Fortaleza, Abel para o Cruzeiro, Menezes para o Palmeiras,
Felipão para o convento,
Marcão socorreu do desastre, Oswaldinho ficou para tia,
Zé Ricardo evaporou-se,
Cuca aquietou-se e o Flamengo casou com J. Pinheiro Jesus
que não tinha entrado na história.
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
*Almir Moura é amigo do blog, baiano de Rodelas, apaixonado por futebol e professor universitário nas "horas vagas".
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/