Bruno Henrique nocauteia o Inter
Clássico de altíssima tonelagem no Maracanã lotado, vermelho e preto, vermelho e branco, espetacular!
Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Rodrigo Caio, Pablo Mari, Cuéllar, De Arrascaeta, Everton Ribeiro, Gabigol, Victor Cuesta, Rodrigo Moledo, Rodrigo Lindoso, Edenilson, Patrick, D'Alessandro, Rafael Sóbis e Guerrero, todos com experiência internacional, além de Bruno Henrique, recentemente convocado para a Seleção Brasileira.
Gabigol não jogaria, mas estava em campo.
Rodrigo Caio e Edenilson eram dúvidas, e estavam em campo.
Era jogo para o mundo ver, mas começou apenas tenso, embora com o Flamengo fazendo Marcelo Lomba trabalhar.
Como costuma dizer o narrador Gustavo Villani, "ninguém dava nada de graça pra ninguém".
Com 25 minutos de jogo, apenas 42% de bola rolando.
Mas o Flamengo não deixava dúvida sobre quem era o mandante.
Odair Hellmann sabia bem do que se tratava e Jorge Jesus talvez estranhasse que o clima de Libertadores não tem nada a ver com o da Liga dos Campeões.
O que é uma pena, diga-se.
Com a quantidade respeitável de talentos em campo, o que se via estava mais para gladiadores que para bailarinos.
Um desperdício!
Se Grêmio e Palmeiras estiveram longe de fazer um bom primeiro tempo ontem, em Porto Alegre, hoje, no Rio, Flamengo e Inter ficaram ainda mais distantes.
No sul, ao menos, vimos um golaço de Gustavo Scarpa.
No sudeste, muita encenação e uma chance de ouro para Gabigol que Moledo bloqueou e Lomba defendeu, já nos acréscimos.
Para o Colorado estava de bom tamanho.
Que o segundo tempo calasse a boca do crítico.
Gérson no lugar de Arrascaeta foi a providência de Jesus.
Só que a etapa final começou mais com clima de briga de galo do que com jogo de futebol.
Guerrero e Rafinha, ambos ex-jogadores do Bayern Munique, se pegaram e não paravam de pressionar o assoprador chileno de apito, coisa que não faziam na Alemanha e você sabe por quê.
De fato, muitas vezes a frustração é diretamente proporcional à expectativa.
Wellington Silva entrou no jogo aos 15', no lugar de Sóbis.
Nico López no lugar de D'Alessandro, aos 22'.
Funcionando bem apenas o sítio do Inter, que disponibiliza fotos em tempo real, como fazem os principais clubes europeus e só o gaúcho faz no Brasil.
Aos 30', enfim, gol!
De Bruno Henrique, para variar, depois de ele ter sido desarmado na entrada da área por Cuesta em passe de Everton Ribeiro, a bola sobrar para Gérson e ser entregue de volta ao artilheiro: 1 a 0!
Três talentos resolveram.
E Bruno Henrique, com o Inter grogue, recebeu entre dois zagueiros de Gabigol e nocauteou o Colorado, aos 34': 2 a 0.
Tite via no camarote seu convocado brilhar.
Para uma defesa que não sofria gol há quase 600 minutos, o Colorado sofreu dois em quatro.
E a situação só não ficou ainda pior porque Gabigol furou o terceiro gol, aos 40', dado por Bruno Henrique depois de passe de Gérson, que não pode sair do time.
Nada menos que 76.376 torcedores viam o Flamengo se habilitar a fazer a semifinal provavelmente contra o Palmeiras.
Parede substituiu Edenilson aos 42'.
Era tarde para agredir o Flamengo depois de não ter nem tentado durante toda a partida.
Berrío no lugar de Everton Ribeiro, aos 44.
O Maracanã era uma festa para ninguém botar defeito.
"Oh, meu Mengão, eu gosto de você…".
A cantoria tomou um susto quando Nico López perdeu gol imperdível, aos 46', depois de falha de Pablo Mari, na única chance colorada.
E voltou a plenos pulmões até o 51º minuto quando Bruno Henrique saiu ovacionado para entrada de Piris da Motta.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/