Baixou o espírito de Daniel Alves em Pato
Com Daniel Alves num camarote e Tite em outro, São Paulo e Santos fizeram um primeiro tempo em ritmo de Premier League.
Porque quando tem Santos em campo tem jogo bom, vença quem vencer.
O Tricolor marcava a saída de bola na área praiana e complicava o toque de bola, sem conseguir, no entanto, evitar os contra-ataques, sempre bem feitos.
Ao São Paulo faltava o menino Antony para explorar o lado direito e ao Santos sobrava a rapidez de Soteldo pelo lado esquerdo.
Logo aos 7 minutos ele puxou contra-ataque que só não terminou em gol porque Arboleda deu um toque salvador na bola que Sánchez completaria para o gol.
Meio minuto depois foi a vez de Felipe Jonatan tirar lasca da trave de Tiago Volpi.
O São Paulo pressionava mais, mas o Santos era mais perigoso e aos 37', em rebote de boa defesa de Volpi, o Santos quase fez 1 a 0.
O jogo era tão bom que o 0 a 0 não incomodava.
Mas também não permaneceu.
Porque, aos 44', o ótima Pituca bateu de fora da área na trave e Sasha pegou o rebote para fazer 1 a 0.
Era o mais justo.
Porque o São Paulo também criou chances, mas menos agudas.
Para o segundo tempo, Cuca voltou com Hernanes no lugar de Luan e logo aos 3', Pato livre, pegou um desvio de Arboleda em cobrança de escanteio e empatou: 1 a 1.
Pato?
Nunca critiquei…
Mas não pense que, assustado, o líder tratou de segurar o resultado fora de casa.
Voltou a agredir o rival e o clima de chumbo trocado continuou.
Hernanes bateu escanteio pela esquerda e Aguilar meteu a mão na bola em novo desvio e o pênalti foi bem marcado é cobrado por Reinaldo, que virou: 2 a 1.
Desde julho passado, doze clássicos estaduais depois, com seis derrotas e seis empates, o São Paulo ganhava um clássico.
O jogo ficaria ainda melhor.
Jean Mota entrou no lugar de Felipe Jonatan.
Hernanes se machucou e Hudson entrou em seu lugar, aos 15'.
Sem exagero, a sensação que o time são-paulino passava era a de estar contaminado pelo espírito vencedor do ilustre torcedor Daniel Alves.
E Tite, e Juanfran, viam um clássico brasileiro disputado como se fosse na Europa, eletrizante, com o Tricolor mais perto do terceiro gol que de sofrer o empate.
O Santos não conseguia jogar.
Marinho entrou no jogo no lugar de Derlis Gonzalez, aos 23'.
O São Paulo roubava bolas e mais bolas da defesa santista e fazia Everson trabalhar seguidamente com duas grandes defesas.
E numa dessas, Pato roubou no meio de campo, passou por um, por dois, e arrematou para estufar a rede, num golaço: 3 a 1.
Pato?
Nunca, mas nunca, critiquei…
Sánchez saiu, entrou Evandro.
A vitória era simplesmente espetacular, de lavar a alma.
A diferença de pontos para o primeiro lugar, potencialmente, caía para cinco pontos, porque o São Paulo tem um jogo a menos, embora duríssimo, com o Athletico, na Arena da Baixada.
Depois de oito jogos sem perder, com sete vitórias seguidas, o Santos era batido.
Motivo, não se surpreenda, para um festival de comentários xenófobos.
Pato saiu, ovacionado, Vítor Bueno entrou.
Não havia o que fizesse o São Paulo parar, mesmo com dois gols de vantagem, diante de 47.277 torcedores tricolores.
E, aos 40', Raniel fez mais um gol.
Contra!
Ao desviar cobrança de falta na intermediária, por Jean Mota…
Que jogo, senhoras e senhores!
O eventual empate seria um castigo que o São Paulo não merecia.
Um lateral invertido levou Jorge Sampaoli à loucura.
O espírito de luta tricolor era tanto que o time recebeu seis cartões amarelos.
Daniel Alves sorria na tribuna, pronto para estrear contra o Ceará, no mesmo Morumbi, na próxima rodada.
Não caberá tanta gente.
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