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Blog do Juca Kfouri

A justa indignação do filho de João Gilberto

Juca Kfouri

09/07/2019 13h15

João Marcelo Gilberto, um dos filhos de João Gilberto, protestou contra a indiferença de Jair Bolsonaro diante da morte que comoveu o mundo.

E vestiu a camiseta que o tosco presidente do Brasil mereceu.

O Bozo, que lamentou a morte de um tal MC Reaça, e calou sobre a de Beth Carvalho, referiu-se ao criador da Bossa Nova como "[Era] Uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família, talquei?".

o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, publicou nota oficial:

"Quem viveu essa época, e mesmo quem não a viveu, não esquece a novidade de João Gilberto, nem o seu legado.

O cantor e compositor baiano que se instalou no Rio de Janeiro desencadeou uma revolução musical quando gravou, em 1958, «Chega de Saudade» e «Desafinado». A Bossa Nova, alegre e melancólica ao mesmo tempo, nasceu de uma vontade de, como disse João Gilberto, tirar os excessos, seguir o curso natural das coisas, dar as notas de modo a não prejudicar a poesia.

Uma voz baixa, um violão, uma batida e um sentimento poético-melódico ímpar deram à música popular brasileira um sucesso e um reconhecimento inéditos, concorrendo mesmo, na Europa e nos Estados Unidos, com os êxitos anglo-americanos das décadas do pós-guerra.

E ao lado de João Gilberto esteve toda uma geração de artistas excepcionais, como Tom Jobim ou Vinicius de Moraes, enquanto inúmeros outros seguiram o caminho que ele desbravou, em 13 álbuns de originais, discos ao vivo, concertos e colaborações. «Uma vida dedicada a aperfeiçoar a perfeição», como resumiu um dos seus estudiosos".

A diferença de atitudes dispensa comentários.

"Ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal…", diria outro gênio da raça, Chico Buarque de Holanda.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/