Mirem-se no exemplo das mulheres de Alagoas
A Rainha Marta saiu de campo, ontem, depois de França 2, Brasil 1, como saem do gramado as grandes vencedoras.
De batom vermelho, olhos abertos e marejados, falou alto e bom som a alagoana recordista em número de gols em Copas do Mundo.
Marta fez mais que um apelo, fez uma convocação:
"É isso que peço para as meninas: não vai ter uma Marta pra sempre, não vai ter uma Formiga pra sempre, não vai ter uma Cristiane pra sempre. O futebol feminino depende de vocês! Valorizem mais! Chorem no começo pra sorrir no fim", arrematou, aos berros.
Aos 33 anos, Marta acabava de jogar 120 minutos em todos os pedaços do gramado, na base da pura garra, da sertaneja que é antes de tudo uma forte.
A Rainha Marta, Formiga, Cristiane, todos as guerreiras brasileiras, não têm de enfrentar apenas a França, ou a Itália, ou a Austrália.
Elas enfrentam também a CBF, o preconceito, o machismo, a homofobia e a indiferença.
Será que Neymar viu a Marta?
Como ele precisa se mirar nela.
E não só ele.
Comentário para o Jornal da CBN desta segunda-feira, 24 de junho de 2019.
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